Preciso dizer que tenho gostado de assistir os documentários que estão surgindo sobre as celebridades que eu acompanho. Assim que saiu Miss Americana no catálogo da Netflix, fiquei curiosa para ver os bastidores da vida de Taylor Swift. Afinal, estamos falando de uma das maiores artistas da atualidade, com mais de 50 milhões de discos e 150 milhões de singles vendidos em sua carreira.
Em Miss Americana, a diretora Lana Wilson nos mostra uma nova fase em sua vida. Taylor começou a sua carreira se comportando como “a garota que todos esperassem que ela fosse” e hoje aos 30, não tem medo de se posicionar e lutar pelo que acredita. No documentário vamos notar que a música sempre esteve presente na sua vida. Logo nos primeiros minutos é possível ver a sua reação ao ganhar o seu primeiro violão e a sua ansiedade ao esperar o lançamento do seu primeiro álbum.
Entretanto, eu não imaginava que iria me envolver tanto com um documentário a ponto de não conseguir dormir direito a noite. É ousado o que vou dizer, mas nunca pensei que teria tanta coisa em comum com a Taylor Swift. Temos o costume de colocar uma personalidade no pedestal e esquecer que se trata de uma pessoa como qualquer outra. Com problemas, receios, medos, inseguranças, deslizes e outros adjetivos que usamos para apontar algum “defeito” nosso.
Em Miss Americana vamos acompanhar a sua trajetória e transformação
Você pode não ser fã da cantora, porém acredito que em algum momento deve ter esbarrado em alguma notícia sobre ela. Taylor divide opiniões e assim como outras celebridades, tem a sua imagem distorcida por conta da mídia. Então, esse documentário conseguiu fazer com que eu me sentisse próxima da artista. Conhecer o seu processo criativo e ver como nasce a ideia de uma composição é um presente para os fãs. Mais do que isso, Miss Americana mostra a transformação profissional e pessoal da Taylor nos últimos anos. Momentos cruciais que a tornaram quem é hoje.
Lá no começo da carreira, em 2009, Taylor foi silenciada e humilhada em público pela primeira vez quando recebia uma premiação no VMA. Kanye West tirou o prêmio de suas mãos e fez um discurso sobre Beyoncé merecer mais do que ela. E se não bastante, anos depois, ela voltou a ser ridicularizada após a polêmica de uma canção do próprio West. Isso fez com que ela sumisse da mídia por um tempo, pois a cantora não aguentou os comentários machistas e acusatórios em suas mídias sociais.
Taylor também compartilha sobre a sua relação com a família, principalmente com a sua mãe, e deixa claro que eles são prioridade em sua vida. Sem falar que se você for apaixonado por gatos, vai amar os momentos em que eles aparecem (e são muitos). O documentário é curto (com 1h 25m de duração), mas o suficiente para ver a transição em sua carreira e como ela conseguiu usar o poder da sua voz para causas que antes era obrigada a não se envolver. Vou compartilhar algumas frases da cantora- presentes no documentário – que me fizeram refletir.
1-“I need to be on the right side of history.”
Lamento não ter feito isso há dois anos, mas já passou. Agora estou dizendo que isso é o certo, e preciso estar do lado certo da história.
Miss Americana – 1:02:38
Foram mais de 12 anos sem se envolver em assuntos como política e religião. Taylor foi ensinada a “não forçar a sua visão sobre as pessoas” e desde cedo aprendeu que “uma garota legal não faz as pessoas se sentirem desconfortáveis com os seus pontos de vista”. Ela tinha que falar sobre términos e relacionamentos em suas canções e entrevistas, porém em sua transição, Taylor se deu conta de que não podia mais ficar calada. A cantora não conseguiu se segurar e mostrou o seu posicionamento durante as eleições em 2018. Taylor queria denunciar a candidata republicana e senadora Marsha Blackburn, pois a mesma votou contra uma Lei de Violência contra as mulheres.
No documentário, Taylor mostra a sua discussão com o pai e a equipe quando disseram que ela deveria ficar de fora e não se envolver com o assunto. Por mais que a gente entenda a preocupação de seu pai, pois sabemos que independentemente da repercussão isso causaria impacto em sua carreira e até mesmo na sua segurança; a artista deixou claro que não estava pedindo permissão e sim comunicando essa mudança.
Eu passei anos da minha vida sem discutir sobre política ou qualquer assunto que exigisse algum posicionamento meu. Na minha cabeça, ser neutra era a melhor estratégia. Contudo, quando você amadurece e passa a ver outras realidades, descobre que é impossível se manter imparcial. Você não precisa ser uma celebridade para influenciar e até mesmo mudar a forma de alguém pensar. Taylor usou a sua voz para conscientizar o seu público e mostrar a importância de se posicionar e discutir sobre política. Tanto que em sua música “Only the Young” ela fala exatamente sobre isso.
Only the Young
So every day now
Only The Young- Taylor Swift
You brace for the sound
You’ve only heard on TV
You go to class scared
Wondering where the best hiding spot would be
And the big bad man and his big bad clan
Their hands are stained with red
Oh, how quickly they forget.
2 -“You don’t feel a sense of any victory when you win…because the process is so dehumanizing.”
“A primeira coisa que dizem no tribunal é: “Por que não gritou?, “Por que não reagiu?”, “Por que não ficou mais longe dele?” Havia sete pessoas que o viram fazer aquilo e tínhamos uma foto do ocorrido. Eu estava tão furiosa. Estava furiosa por ter que estar lá, por isso acontecer com as mulheres, por pessoas serem pagas para antagonizar as vítimas, por todos os detalhes terem sido distorcidos.”
Miss Americana
Alguns anos atrás, Taylor se envolveu em um caso de agressão sexual. O apresentador de uma rádio a apalpou durante um meet-and-greet e ele chegou a ser demitido depois que a cantora o denunciou. Mesmo depois das investigações, ele decidiu processá-la por milhões de dólares. Já Taylor fez o mesmo, só que por um dólar. Não era sobre o dinheiro! Era sobre não se calar e mostrar para as outras mulheres que elas também devem se manifestar.
Ela ganhou o processo, pois como disse no quote ali em cima, havia testemunhas e uma foto que provava o abuso. Durante a turnê do seu álbum Reputation, Taylor se manifestou e pediu desculpas para as vítimas que já sofreram algum tipo de abuso e retratou sobre aqueles que nunca acreditaram nelas. Eu nem preciso dizer que chorei nessa parte do documentário, né? Ver como ela se posicionou e usou um momento tão delicado em sua vida, para conscientizar e dar voz para as vítimas de abuso sexual, foi no mínimo acolhedor.
Tento me informar o máximo possível sobre como respeitar as pessoas, como desconstruir a misoginia no meu cérebro. Jogue fora, rejeite e resista.
Miss Americana
3- “There’s always some standard of beauty that you’re not meeting.”
Há sempre um padrão de beleza que você não alcança. Em um desabafo, enquanto estava saindo de casa, Taylor revela a sua luta contra um distúrbio alimentar. Ela se mostra vulnerável e diz que não consegue ver fotos dela todos os dias, justamente para não se tornar um gatilho. Tanto que em um momento acaba compartilhando que acreditava ser normal sentir que iria desmaiar no final de um show. Foi uma surpresa vê-la falando sobre este assunto. Taylor cresceu aprendendo como se comportar, sorrir, gesticular. Como ela mesma disse “foi treinada para sorrir”.
Ela sempre deixou claro a sua ambição e que trabalhou pesado para chegar onde está. Mas também sempre foi sincera ao dizer como a opinião dos outros a afeta tanto. Ver a pressão da mídia, a distorção de imagem, a necessidade de mostrar o seu valor como mulher. Isso tudo fez com que eu parasse para avaliar em como eu gasto tanto tempo buscando a aprovação dos outros.
As artistas mulheres que conheço se reiventaram 20 vezes mais que os artistas homens. São obrigadas. Ou perdem o emprego.
Miss Americana
Eu poderia passar o dia falando sobre Miss Americana, mas quero que você assista. Existem vários assuntos importantes neste documentário que merecem atenção. Só posso dizer que passei a admirá-la ainda mais. Já assistiaram?
Debyh
Olá,
Documentários com pessoas que se posicionam sobre o que a mídia impõe é sempre bom para que os outros percebam o quanto este tipo de indústria é muito tóxica, por mais que muitas mulheres tenham feito isso sempre é importante frisar por quanta coisa se passa no mundo do entretenimento.
Sobre o documentário, ao contrário de você eu não curto muito (acho que conto nos dedos quantos já vi). Documentários de artistas eu vejo só dos que eu gosto muito, o que não é o caso da Taylor Swift.
Mara Santos
Oie,
Eu tinha visto esse documentário na Netflix inclui na lista, mas não assisti ainda. Depois de ler sua opinião, cara, preciso assistir para ontem! Amo suas dicas, você arrasa demais!!!
Leticia Rodrigues
sempre vi a taylor como uma garota do country que tinha muito a oferecer e falava da minha dor de adolescente de depois como uma mulher que batalhou pra chegar ao topo no eua ( o que sabemos que mesmo sendo branca ainda é dificil pra caramba) e que sofreu e ainda sofre horrores por ter vencido muito num mundo patriarcal e abusivo ao extremo como é o mundo da música e ler seu post me traz justamente o que vc disse ”ela tbm é humana” nunca a vi como algo além disso e por isso acho importante sua fala, sua visão poq é normal endeusar e esquece que ali tem uma pessoa. já quero assistir e conhecer mais sobre ela.
Tânia Bueno
Conheci através da sua resenha a Taylor Swift que tanto gosto. Amo as músicas dela e as performances nos clipes. Gostei quando ela disse: “não estou pedindo permissão, estou comunicando”. Eu acho isso demais.
Bjo
Tânia Bueno
Clayci
Então, ela não disse exatamente isso.
Como disse na crítica foi a minha interpretação =)
Tânia Bueno
3. Clayci – documentário Tayloe Swift
Conheci através da sua resenha a Taylor Swift que tanto gosto. Amo as músicas dela e as performances nos clipes. Gostei quando ela disse: “não estou pedindo permissão, estou comunicando”. Eu acho isso demais.
Bjo
Tânia Bueno
PS Amo Leitura
Eu to apaixonada por seu post! Confesso que eu nunca fui muito ligada a Taylor Swift, mas sempre acompanhei algumas músicas. Estou vendo tanta gente falando desse documentário e vendo aqui, ele deve ter uma grande importância e causar um grande impacto na vida de muitas pessoas. Eu vou dar uma chance para conhecer mais. Obrigada por isso <3
Beijos.
Beatriz Andrade
Eu não estava interessada em ver essa série, não, mas aí vi seus comentários no IG e fiquei curiosa, agora – lendo o post aqui – fiquei ainda mais interessada.
Clayci
Assista sim, amiga.
Vale a pena
Ana Caroline Santos
Olá, tudo bem? Apesar de reconhecer o nome Taylor Swift, e ver sua importância no crescimento de vários adolescentes e jovens, não é alguém que acompanho a carreira para talvez me arriscar num documentário. Gostei de saber que vai muito mais além da imagem que ela transpassa, trazendo até alguns assuntos importantes. Quem sabe um dia?! Com certeza será um prato cheio para os fãs, que com certeza irão absorver diversas mensagens relevantes.
Beijos
Alisson Gomes
Oi Clayci,
mesmo gostando muito das músicas da Taylor, porque ela é inegavelmente muito talentosa eu nunca fui muito com a cara da pessoa “Taylor Swift” exatamente por ela ter esse posicionamento insentão e de boa menina, sempre achei ela muito sem graça, sempre achei a Taylor a cara do privilegio estado-unidense e continuo achando, mas eu fiquei realmente muito feliz quando ela começou enfim começou a tomar posições, quando ela admitiu seus privilégios e que isso dá ainda mais peso para ela tomar posicionamentos. Ainda não vi o documentário pois não to na vibe de ver coisas estou mais para leitura, mas assim que a vontade vier vai ser a primeira coisa que vou ver.
Beijos!
Eita Já Li
Kênia Cândido
Oi Clayci.
Eu gosto de assistir documentários em geral, mas confesso que não sou fã dela e não escuto suas músicas. Mas para quem gosta da cantora com certeza irá gostar bastante do documentário.
Bjos
Clayci
Foi um presente para os fãs mesmo, viu? Mas o que achei interessante, foi a forma que o documentário foi dirigido. Pois ele consegue atrair e envolver até quem não acompanha o trabalho dela.
Nilda de Souza
O que me impacta em suas considerações e, claro, o documentário, é que em todo o mundo, em todas as classes sociais, ensinam mulheres a se calarem, a se comportarem, a não terem opiniões sobre questões como política, economia… Isso afeta nossas vidas de uma forma tão profunda. É tão difícil reverter isso. Mesmo para uma mulher branca, rica e famosa nada é fácil. Imagin para uma mulher negra e pobre.
Eu ainda não vi o documentário, mas quero assistir o quanto antes.