Com uma escrita fluída e envolvente, Katherine J. Chen possibilitou uma nova perspectiva sobre uma das figuras mais fascinantes e enigmáticas da história. Joana D’Arc nasceu em 6 de janeiro de 1412 no vilarejo de Domrémy, na França. Teve uma infância simples, não sabia ler nem escrever e era a caçula dos cinco filhos do casal Jacques D’Arc e Isabelle Romée.
Sempre me interessei pela infância da Joana D’Arc e depois dessa releitura, adicionei sua biografia em minha lista de desejados. Aprendi muito pouco sobre a sua História na época do colégio. Talvez tenha sido pela forma que ela foi apresentada? Pode ser! Lembro que logo de cara o meu antigo professor focou em suas batalhas e na sua participação na Guerra dos Cem anos. Todavia, acho que não foi o melhor jeito de despertar o meu interesse por sua trajetória. Mas ainda assim, fiquei feliz em ver uma mulher tendo destaque.
Ela diz a seu Deus: Permita-me me vingar daqueles que machucaram quem eu mais amava no mundo.
Uma releitura feminista de uma mulher notável
Além disso, nesta releitura, publicada pelo selo Planeta Minotauro, somos levados a uma jornada emocionante pela vida de Joana, que é apresentada de uma maneira completamente diferente do que estamos acostumados a ver nos livros de História. Ao invés de se concentrar nas batalhas e nas vitórias militares de Joana, a autora nos mostra a complexidade emocional da nossa heroína francesa. Nós aprendemos sobre seus medos, suas incertezas e suas fraquezas, além de sua coragem e determinação. O livro é escrito de uma maneira sensível e afetiva, o que torna a leitura ainda mais tocante.
É uma leitura encantadora, pois Joana não é apenas uma figura histórica e sim uma pessoa real com sonhos, medos, traumas e desejos. Katherine nos mostra como Joana lidou com sua fé e sua convicção. Em como ela se preocupou com a opinião dos outros, sem falar do momento que precisou lidar com a solidão de sua posição como líder militar.

A autora também nos apresenta outras figuras que foram importantes na vida de Joana, como a sua irmã Catherine. E me emocionei em várias cenas que mostravam a cumplicidade entre as duas irmãs e chorei demais com a perda da Joana.
Joana D’Arc se destacou em um mundo que não estava acostumado a ver mulheres em papéis de liderança
Se você morrer, ela pensa, toda a minha bondade morre com você, e isto aqui, este coração, vai ficar duro como pedra. Tenho medo do que vou me tornar, Meu coração está mas suas mãos.
E por mais que o foco seja na trajetória da nossa heroína, essa releitura também retrata o contexto histórico em que Joana D’Arc viveu. A França do século XV era uma sociedade patriarcal e completamente religiosa. Ela teve que lutar para conquistar o seu espaço como uma líder militar. Portanto, Katherine J Chen enfatiza como Joana D’Arc se destacou em um mundo que não estava acostumado a ver mulheres em papéis de liderança. Ela também ressalta como a religião era uma parte central da vida das pessoas naquela época, e como isso influenciou a vida de Joana.
Sem dúvida, é uma leitura que recomendo muito!

Joana D'arc: Garota, guerreira, herege… e santa
Katherine J. Chen
- Autoria:
- Katherine J. Chen
- Editora:
- Planeta Minotauro
- Páginas:
- 384