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Maternidade e leitura: Redefinindo minhas Prioridades
Redefinindo Minha Jornada Literária

Alguma mamãe que precisou encontrar tempo para manter esse hobby incrível? Antes de engravidar, eu era (na verdade ainda sou) uma apaixonada por livros, com um blog e perfil no Instagram dedicados à literatura. No entanto, essa paixão começou a se desgastar quando me vi lendo por obrigação e perdendo o prazer na leitura.

Com a chegada da Cora, percebi que precisava adaptar minha relação com os livros. Iniciei leituras mais leves, sem pressa, escolhendo títulos que realmente queria ler, até mesmo clássicos esquecidos. Abandonei a pressão por resenhas e opiniões públicas, focando apenas em curtir a leitura para mim mesma. Essa transição não foi fácil. Antes da gravidez, eu mantinha um ritmo frenético de leitura, acompanhando lançamentos, participando de grupos literários e mantendo parcerias com autores e editoras. No entanto, essa busca constante pela próxima leitura perfeita começou a minar o prazer que eu encontrava nas páginas.

Quando soube que seria mãe, percebi que a leitura poderia ser um refúgio, mas mesmo assim, me deparei com a dificuldade de concluir livros. Foi nesse momento que comecei a refletir sobre a verdadeira razão pela qual havia perdido a vontade de ler. A resposta estava na pressão que eu colocava sobre mim, na obrigatoriedade de seguir metas e nas leituras que eu fazia apenas por compromisso.

Uma Nova Abordagem à Leitura

Foi doloroso reconhecer em voz alta que, com a chegada da minha filha, meu tempo para leitura seria ainda mais limitado. A adaptação se fez necessária, e o primeiro passo foi abandonar as parcerias que me sobrecarregavam. Cancelar parcerias pode parecer simples, mas para alguém que construiu uma comunidade literária e conquistou seguidores com dificuldade, essa decisão foi um passo corajoso e libertador.

O segundo passo foi olhar para minha estante e encarar os livros que estavam ali, não por escolha própria, mas por compromissos assumidos. Cansei de me sentir culpada por não ler algo que não me cativava. A leitura deveria ser um prazer, não um fardo.

Com a maternidade se aproximando, percebi que era o momento de recomeçar. Decidi voltar às raízes, lendo apenas o que realmente me interessava, sem pressões externas. Foi assim que redescobri o prazer de pegar um livro nas mãos e mergulhar em histórias que verdadeiramente me cativavam.

Os clássicos, que por tanto tempo adiei, tornaram-se aliados nesse processo. Peguei aqueles volumes empoeirados na estante e me permiti explorar mundos que sempre estiveram à minha espera. Quadrinhos, que sempre foram uma paixão, também voltaram a ter espaço na minha vida de leitora.

Dando uma nova chance para os livros digitais

Foi nesse momento que resgatei meu Kindle, que há tempos estava esquecido na gaveta. Redescobri a praticidade de ter diversos livros em um único dispositivo, facilitando minha vida de mãe ocupada. O mais surpreendente foi perceber que, ao me libertar das expectativas alheias e das cobranças autoimpostas, minha paixão pela leitura se reacendeu. A literatura passou a ter um significado mais profundo em minha vida. Não mais como uma obrigação profissional, mas como um hobby prazeroso.

Continuo compartilhando essa paixão com aqueles que me acompanham, mas de uma maneira mais leve. Sem me preocupar com números de seguidores, resenhas elaboradas ou a próxima grande novidade literária. Apenas compartilho o que realmente me toca, o que realmente me faz vibrar.

Além disso, descobri uma nova dimensão na leitura ao compartilhá-la com minha filha. Ler para ela se tornou um momento especial, criando uma conexão única entre nós. A esperança de que ela também se apaixone pelo universo dos livros é algo que nutro diariamente.

Hoje posso dizer que a minha jornada literária após a maternidade me ensinou a valorizar o tempo dedicado à leitura, a escolher com mais critério os livros que leio e a apreciar a magia das palavras sem pressões externas. A literatura voltou a ser uma fonte de prazer e inspiração, proporcionando uma pausa bem-vinda na agitação da vida cotidiana de uma mãe. Afinal, encontrar equilíbrio entre a maternidade e as paixões pessoais é um desafio constante, mas a leitura se revelou como uma aliada valiosa nesse caminho.

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comentários

  • Any

    Clayci, que precioso é poder ler isso. Que a cada dia você encontre leveza nas suas leituras, sem peso, sem fardo. É terrível quando uma paixão sufoca e poder reencontrar esses bons sentimentos é algo bonito demais. Fico feliz 🙂

    Um abraço afetuoso,
    Any.
    Poetiza-te
    Ateliê

    responder
  • Barbara Moretti

    kindle salvando demais qualquer segundo ou braço livre que uma mãe possa ter HAHAHAHA fico imaginando como foi isso pra ti, já que envolvia a cobrança do trabalho também, sendo que pra mim já me chateou pelo simples fato de ser um hobby.

    que bom que tá conseguindo resgatar esse ritual tão gostoso por ai também 🙂

    responder
  • Aline Amorim

    Eu já li alguns livros por obrigação e fico achando ruim em abandonar um livro pela metade. Mas ainda preciso aprender a selecionar melhor os livros que tenho para ler.

    responder
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