Tea time


Isso não é parceria, é cilada.

Vocês trabalham com parceria? Olá, como vocês estão? Estou um pouco ausente do blog porque estou tentando me organizar pra conseguir dar atenção para todas as minhas redes sociais. Não está sendo fácil (confesso), pois o meu objetivo é me aprofundar e saber usar as ferramentas de cada uma delas.

Mas o que minha ausência tem a ver com o título da publicação? Atualmente o meu foco está no Instagram, tenho passado mais de 5 horas por dia naquela rede. Estudando métricas, engajamento, alcance e também acompanhando o mundo literário. Admito que tem sido mais fácil acompanhar os lançamentos e opiniões de leituras por lá. Apesar da formatação da rede não ser confortável para ler as resenhas, fica mais simples acompanhar determinado assunto através das hashtags.

Mas o que tem chamado a minha atenção mesmo, são as editoras que estão abrindo parcerias por lá. Eu trabalho (e já trabalhei) com algumas dessas editoras aqui no blog e apesar das regras continuarem as mesmas, rola uma competitividade danada entre alguns usuários por lá.

MAS O QUE É PARCERIA?

Isso não é parceria, é cilada.
  1. Sociedade comercial em que os sócios, parceiros ou compartes, apenas são responsáveis pelo quinhão ou parte com que entrarem e só lucram na proporção do que deram.
  2. Relação de colaboração entre duas ou mais pessoas com vista à realização de um objetivo comum.

Se você for um produtor de conteúdo, já deve estar familiarizado com as parcerias, principalmente por permuta. Entretanto, caso você não saiba, permuta é um tipo de contrato no qual uma das partes é obrigada a dar algo em troca de alguma coisa, que não seja moeda financeira. Várias editoras trabalham dessa forma e acho um jeito legal de promover conteúdo, mas algumas estão extrapolando na hora de criar as regras.

NÃO É PARCERIA QUANDO:

A empresa exige mais do que ela pode oferecer. Mesmo não participando da maioria das inscrições, estou acompanhando os resultados e as regras exigidas de cada editora. Vamos ser sinceros: a editora não está sendo boazinha em te dar um livro. Ela é uma empresa, como qualquer outra, que quer visibilidade e crescimento no mercado literário.

Isso não é parceria, é cilada.

E assim como qualquer outra empresa, ela possui um departamento de Marketing que é responsável pela divulgação do produto. Esse departamento precisa conseguir o melhor resultado com o valor investido em determinada campanha. E qual é a mão de obra mais barata que consegue atingir o público alvo?

a) Pagar para que o meu produto apareça em rede aberta, com milhares de expectadores, mas não necessariamente o meu público alvo. ()
b) Contratar um produtor de conteúdo, pagar um valor bem menor do que seria para a TV e ele falar do produto para o meu público alvo? ()

Teve editoras que estavam exigindo os números de seguidores e deixando claro que esse item seria avaliado na seleção; outras que pediam a estratégia de divulgação do conteúdo permutado enquanto você for parceiro; algumas pediram para avaliar as suas fotos e ver onde poderia melhorar para ter mais chances com a parceria.OI?

MINHA EXPERIÊNCIA COM AS EDITORAS

Quando decidi fazer do Sai da Minha Lente um trabalho, quis tentar parceria com várias editoras. No início foi legal receber vários livros em casa, fiquei entusiasmada e achei que isso traria retorno para o blog. Contudo não foi bem assim o que aconteceu. Fiquei com vários livros acumulados na estante e não conseguia dar atenção para as leituras que eu realmente queria fazer. E no final fiquei decepcionada por não conseguir cumprir os prazos exigidos.

Foi então que amadureci e compreendi que não iria dar conta de tudo. Diminui a quantidade de parceria e me senti mais leve na hora de escrever. Independentemente do seu nicho, parcerias são legais para promover a sua página e criar conteúdo. Entretanto, ela deve ser benéfica para ambos os lados. Não importa se for um conteúdo pago ou permuta, desde que a empresa respeite o seu ritmo e você respeite o seu público.

COMO NÃO CAIR EM UMA PARCERIA CILADA?

  • A primeira coisa que você deve fazer é deixar claro o que você quer e o que pode oferecer em troca.
  • Você estará lidando com uma empresa, por isso deve tratar a parceria com a mesma seriedade. Geralmente as editoras criam um documento, falando como a parceria funciona. Verifique se você concorda com as regras antes de aceitar/ se inscrever.
  • Mesmo que a parceria não seja paga, você deve estabelecer o valor do seu serviço. Quanto você cobraria para fazer tal trabalho? Vale a pena essa permuta?
  • É muito legal ter a atenção de várias marcas, mas lembre-se que permuta não paga as suas contas. Avalie e aceite parcerias com empresas que tenham a ver com você.
  • Não associe o seu espaço, com marcas e empresas que vão contra o que você acredita. E, se em algum momento você se sentir desconfortável, não tenha medo de encerrar a parceria.
  • Não queira tirar vantagem e nem aceite que façam o mesmo com você.

E antes de tentar qualquer parceria tenha em mente dois pontos importantes.

Faça as coisas com amor

Seu espaço deve falar sobre assuntos que você goste e sinta prazer em conversar. Não importa quantos seguidores você tenha. A partir do momento em que você cria uma rotina de publicações e conquista um público – mesmo que pequeno – você estará dedicando o seu tempo a isso. É preciso mantê-la e desenvolve-la. Não há problema algum em receber uma cortesia de uma empresa do seu interesse, no entanto, dê a sua opinião sincera sobre o produto. Valorize o seu trabalho e o seu público.

Mantenha a integridade do seu trabalho

A empresa quer a divulgação do produto, mas e se você não gostar do mesmo? Seja sincero! Uma opinião autêntica dá mais resultados do que você esconder o que realmente pensa. O público que te acompanha consegue identificar quando o seu texto é verdadeiro. E se por acaso eles decidirem dar uma chance para a sua indicação?! O leitor sabe quando é levado a sério e isso pode trazer desconfiança da parte dele. Quando você utiliza argumentos sinceros na hora de expor a sua opinião, um debate saudável sobre diferentes pontos de vista é criado. E isso deve ser valorizado, pois gera confiabilidade e fidelidade dos seguidores.

O que eu quero dizer com tudo isso é que há várias empresas interessantes e que valorizam o trabalho do produtor de conteúdo. São parcerias que realmente te ajudam a crescer e que acreditam no seu trabalho. Dê uma chance para estas empresas! Desconfie daquelas que visam quantidade ao invés de qualidade e principalmente se esquecem dos valores que as mesmas dizem seguir.

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comentários

  • Beatriz Andrade

    Divando como sempre!
    Eu concordo com tudo o que você falou e gostei muito de você trazer para o blog esse questionamento. Eu já desfiz de algumas parcerias que não era vantajosas, já desfiz parceria por não poder falar a verdade sobre o livro, já perdi parcerias por ter sido sincera ao fazer uma resenha negativa ( e não me arrependo de ter dado a minha opinião) e acontece muito de eu não me inscrever em processos de parceria com editoras nas quais o catálogo não me interessa, mas vejo que tem muito blogueiro que se inscreve em todas e depois ficam com vários livros acumulados que não estão com o menor interesse em ler.

    responder
    • Clayci

      Eu já desfiz várias parcerias também.
      Inclusive com editora que eu queria muito ser parceira, mas quando consegui vi que não tinha respeito pelos produtor de conteúdo e tratava os mesmos com diferença. Não achei nada profissional, por isso desfiz sem medo.

      responder
  • Luana Souza

    Comentei com você que tenho acompanhado as seleções para compartilhar lá no grupo do facebook, e hoje eu percebo o quanto eu realmente amadureci desde o ano passado pra cá. Me inscrevi em pouquíssimas, e achei a maioria dos formulários bem genéricos e com regras descabidas. Disse lá no instagram e repito aqui: é muito importante falar sobre isso, pois muitas editoras não valorizam o trabalho de quem produz conteúdo literário! Parabéns pelo post, moça <3

    responder
  • Vitória Doretto

    No fim das contas, parceria só é parceria quando os dois lados têm chance de crescer juntos. Ficar sobrecarregado com livro pra ler de parceria acabou virando um passo pra gente amadurecer, mas é realmente extremamente importante pesar se vale a pena mesmo ficar com mil e um parcerias. Esse desespero desemfreado por parcerias faz com que haja cada vez mais espaço para exploração, Mas né, enquanto a maioria não perceber isso, a cada ano vamos ver uns “editais” mais bizarros do que os outros. Hoje tenho duas com empresas que gosto e que consigo ter uma troca legal, acho muito mais saudável pra mim e consequentemente pro blog e pros leitores que acompanham.
    Beijos!

    responder
    • Clayci

      Né? Se um está ganhando mais que o outro, não é parceria.
      <3

      responder
  • Larissa Dutra

    Olá, tudo bem? Caramba, achei essa postagem muito interessante e útil, principalmente para o momento, nessa época em que as inscrições para parcerias estão “bombando”. Eu já tive algumas experiências bem desagradáveis em parcerias com algumas editoras, mas a maioria deu certo, o que me deixa muito feliz. Eu, sinceramente, acho uma palhaçada quando as editoras exigem um número mínimo de seguidores para nos inscrevermos para parceria. Adorei o post!

    Beijos,
    Duas Livreiras

    responder
    • Clayci

      Muito obrigada <3
      Também acho exigir número de seguidores errado

      responder
  • Michelle

    Olá tudo bem? Adorei a forma como você escreve, sincera com as palavras o que já me deixou empolgada para ler tudo o que proporcionou neste post, adorei seus esclarecimentos, recentemente resolvi tentar fazer do meu blog uma espaço melhor onde eu também possa obter retornos positivos e financeiros e fico muito grata pela sua experiência passada aqui, até breve!

    responder
  • Cabine de Leitura

    Gosto do alcance do instagram, mas realmente, para resenha ele não nos da muitas opções. Mas quanto ao foco da postagem, realmente eu me surpreendi esse ano, a maioria das editoras exigiram coisas absurdas para os igs/blogs pequenos, vou ser bem sincera, o que eu vi foi só quem tem grana conseguir parceria. Teve umas que o quesito era ter funko!
    Este ano estou focando em criar uma identidade para o blog e isso incluí ler o que eu gosto e não ficar me aventurando por leituras que não me acrescentam nada, nem ao menos é um bom passatempo.

    responder
    • Clayci

      Eu fiquei sabendo dessa sobre funkos e fiquei chocada.
      Como podem exigir isso? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA

      responder
  • Mialle

    É muito bom ver esse tanto de lucidez no meio daquela briga enorme que vira o Instagram durante essas épocas de parceria. Gostei muito das suas colocações

    responder
  • Jessie Faustino

    Hey, Clayci, tudo bem?

    Li um post seu sobre o assunto no Instagram e achei muito bacana o seu posicionamento, então imagina quando entrei aqui no seu blog e esse foi o primeiro post que vi (e ainda mais completo)? <3 É muito bom saber que tem gente por ai de olhos abertos enxergando o que muitos blogueiros tem se sujeitado para caber dentro de parcerias tóxicas. :):

    Concordo com a colega acima quando ela cita "escambo", fiz um post há algum tempo (ano passado talvez? Não me lembro) e a primeira palavra a que pensei para definir esse tipo de troca 'resenha livro’ foi justamente essa: escambo.

    Mas é de aliviar o coração saber que, assim como você escreveu, existe muita editora bacana e responsa que ainda confia e respeita os blogueiros antes e durante uma parceria.

    Mais uma vez, parabéns pelo ótimo post.
    Com carinho,
    Jessie do blog Cacto Florido.

    responder
  • Sheyla – DMulheres

    Clayci
    Ah essas coisas de parcerias, já deixei faz tempo… Não sei mesmo algumas pessoas conseguem fazer tudo em troca de permutas e nada mais.
    Ótimo post e muito esclarecedor. Vc é boa em tudo que faz.

    Mil beijos,
    Sheyla.

    responder
  • Betty Gaeta

    Oi Clayci,
    Meu nicho é diferente do seu, pois lido com moda, mas eu arrepio quando falam em parceria, pois sei que lá vem roubada. Eu só trabalho com campanha publicitária paga, na qual inclui até publipost e divulgação nas redes sociais. Desde o início firmei o pé que não sou índio, pois esta história de permuta na verdade é escambo, você cede seu precioso espaço em troca de bobageiras que não comparia e nem usaria se não fosse mandado por empresas.
    Trabalho menos que outras blogueiras, mas ganho pelo meu trabalho e não vejo erro em ganhar.
    Não aceito fazer uma campanha sobre um tema ou assunto que sei que não vai agradar às leitoras do blog, pois já tentaram comprar espaço no meu blog para sex shop, sem críticas, mas não é o meu nicho.
    Gostaria que todas as blogueiras pensassem e agissem como eu, mas até chegarmos lá, vai ser um longo caminho para percorrer.
    Beijos

    responder
    • Clayci

      Oi Betty!
      E imagino quantas parcerias sem noção deve aparecer pra vc, né?
      Eu concordo com o que disse. Pelo menos no blog eu só tenho mantido posts pagos. Ainda tenho parcerias com editoras, mas aquelas que eu realente consumo e que não exigem tanto de mim.
      Mas penso que todos deveriam colocar valor no trabalho, sim. Pois são pessoas que aceitam qualquer coisa em troca que faz com que essas empresas continuem desvalorizando o produtor de conteúdo.

      responder
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