O poema de João Cabral de Melo Neto é muito famoso por representar as
condições do agreste pernambucano e demonstrar com riqueza de detalhes a vida do
retirante daquela região. Todavia, talvez nem todos saibam, mas Morte e Vida Severina
é o terceiro título de uma trilogia poética do autor. A mesma se inicia em O Cão sem
Plumas, seguido de O Rio. O primeiro contextualiza toda a região e o rio Capibaribe,
uma das principais personas. No segundo, ele se atenta aos detalhes geográficos. E no
terceiro foca na dura vida do retirante e seu processo migratório, da caatinga até o mar
recifense.
Entre descrições e diálogos do nosso forte Severino, que retrata a própria vida,
assim como a de tantos outros Severinos, podemos ver a intrincada relação, uma quase
simbiose, entre ele e o rio. Por vezes faz parecer que a vida dele é determinada pelo rio
e não pelas próprias decisões. E notamos que isso não se confirma quando Severino,
certas vezes, cansa de sua viagem e resolve parar em alguma cercania. Tentar a vida por ali mesmo. Entretanto, as dificuldades locais parecem-lhe impossíveis de contornar ou deixa-lo confortável de ali estar.
Aqui, falei sobre este clássico da literatura que marcou a minha vida. A escrita de Melo Neto, a priori não se mostra de fácil compreensão. Além de ser poética, utilizando de versos e estrofes, também é repleta de jargões e termos locais.
O modo de falar característico do retirante pernambucano, capaz de causar certa
estranheza, requer maior atenção para que se compreenda, com as poucas palavras, uma difícil situação que ainda existe na região. É uma leitura nacional que todo brasileiro deveria tomar ciência.
Jorge
Gostaria de poder interagir com você. Seus interesses culturais se assemelham aos meus. Queria aprender mais, enviar sugestões, tirar dúvidas, enfim, colaborar de algum modo. Achei engraçado ter que confirmar a minha humanidade! ” Muita diferença faz entre lutar com as mãos e abandoná-las para trás…”
Clayci Oliveira
Oi Jorge, tudo bem?
Você será sempre bem-vindo aqui no blog
eu ri hahaha eu coloquei no formulário essa confirmação de “humanidade” porque senão entra muito spam ^^
Dai Castro
Mais uma obra que vi pequenos trecho, pinceladas superficiais na escola e criei resistência em conhecer mais. Esse ano estou tentando me expor mais a obras assim, até li Triste fim de Policarpo Quaresma que era um trauma gigantesco da minha adolescência hehe
Clayci Oliveira
hahahah eu quero reler todos aqueles que fiz com sentimento de obrigação por conta do colégio hauah
espero conseguir
Karolini Barbara
Você sempre arrasa em suas indicações e resenhas dos livros que trás ao seu cantinho.
De muitos clássicos que já li, João Cabral de Melo Neto ainda não foi um autor a qual embarquei na leitura, após suas considerações sobre a obra acima fiquei curiosa com o enredo e estilo de escrita.
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