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Flores para Algernon: o melhor livro de todos os tempos
É melhor ser inteligente ou permanecer na ignorância?

A mybest (um site incrível de recomendações de produtos e serviços), me convidou para falar sobre o melhor livro de todos os tempos. E é claro, que eu não perderia a chance de panfletar Flores para Algernon mais uma vez

Charlie Gordon é um homem de 32 anos que trabalha em uma padaria como zelador e entregador, mas que possui uma deficiência intelectual que não lhe permite ter um QI alto. Ele se esforça e quer ser inteligente, porém não consegue compreender as coisas que acontecem ao seu redor. O fato de querer ser “mais inteligente” fez com que ele fosse escolhido para uma nova cirurgia revolucionária.

Acreditando que os “médicos” irão corrigir o seu cérebro e que também conseguirá melhorar a sua vida após essa cirurgia, ele estava confiante. E depois do procedimento passou a relatar diariamente o progresso em um diário. No início havia vários erros ortográficos e gradativamente vamos notando a evolução do seu estado clínico. E assim, em poucos dias, temos um novo Charlie Gordon! Além de aumentar o QI, ele desenvolveu lembranças e começa a compreender melhor o seu passado e a sua infância.

A cirurgia foi um sucesso e aos poucos ele foi superando todas as pessoas que ele acreditava ser mais inteligente do que ele. O seu sonho era conseguir conversar sobre qualquer assunto sem que ninguém o zombasse. No entanto, por mais que seu desejo fosse ser alguém mais aceitável socialmente, não foi esse o resultado da experiência.

É melhor ser inteligente ou permanecer na ignorância?

Não posso nem dizer que isso é um efeito colateral do procedimento, pois com seu novo intelecto, Charlie passa visualizar uma existência obscura sobre a natureza humana. É a partir daí que o livro traz questões mais profundas, inclusive sobre o existencialismo, pois ele enxerga com transparência a antipatia e inveja que seus colegas sentem ao vê-lo mais engenhoso comparado ao que antes era. A sensação é de que parece inaceitável ver uma experiência ultrapassar todos os objetivos e expectativas e acabar por ser melhor que os próprios cientistas que a criaram. Se antes havia um menosprezo pela ignorância, agora continuava a existir pela inteligência extrema.

Flores para Algernon versa principalmente sobre deficiências mentais, natureza humana, inteligência e afeto. A introspecção em Gordon chegou a tal ponto, que ele começou a questionar si mesmo se não seria melhor ter permanecido na ignorância e não saber a verdade sobre as pessoas próximas a ele.

Até hoje sinto uma dificuldade de colocar em palavras as emoções que experimentei ao ler este livro. Pensei que seria uma leitura arrastada, porém fui surpreendida quando vi que a finalizei no mesmo dia, pois, realmente a narrativa te prende de tal forma com tantos questionamentos e reflexões, que o fator tempo simplesmente desaparece. Além disso, por mais que se trate de uma ficção científica, o autor conseguiu trazer uma história leve e focada na humanidade.

Flores para Algernon: o melhor livro de todos os tempos

Quando Charlie ele conseguiu ter controle da sua mente, pode compreender que nem todas as pessoas que o faziam rir eram seus amigos e também pode ver que as pessoas tiravam proveito da situação e muitas o humilhavam como piada.

Sabemos que precisamos buscar conhecimento, mas com que propósito? Somos constantemente condicionados a ter um objetivo na vida, se não o tivermos já nos julgam sem futuro. Flores para Algernon nos faz refletir em como a falta de empatia e compaixão interfere nesse resultado e busca. Sem dúvidas esse livro entrou para os meus favoritos da vida e irei sempre me lembrar de Charlie Gordon com carinho.

Compre na Amazon

Flores para Algernon

Daniel Keyes

Autoria:
Daniel Keyes

Editora:
Aleph

Páginas:
315
Aos 32 anos, Charlie trabalha na padaria Donners, ganha 11 dólares por semana e tem 68 de QI. Porém, uma cirurgia revolucionária promete aumentar a sua inteligência, considerada gravemente baixa. O problema? Enxergar o mundo com outros olhos e mente pode trazer sacrifícios para a sua própria realidade. E resta saber se Charlie Gordon está disposto a fazê-los.

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comentários

  • Helaina

    Oi Clayci, tudo bem?
    Muito lindo o seu blog!
    Eu já vi a capa desse livro em muitos lugares, mas não tinha parado para ler a resenha. Achei a premissa muito interessante e fiquei com vontade de ler! Passei no seu Instagram também e já estou te seguindo (helainaideas). Até mais;
    Mente Hipercriativa | Universo Invisível

    responder
    • Clayci Oliveira

      Oi Helaina, estou ótima e você?
      Muito obrigada e seja bem-vinda <3

      responder
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