Só mesmo o Jay Kristoff para me fazer ler um livro de 900 páginas com um universo que não me atrai tanto. Império do Vampiro é o primeiro volume de sua nova série de fantasia dark e foi publicada aqui no Brasil pela Plataforma 21. Mas antes de falar sobre o livro, preciso deixar claro alguns pontos: Se trata de uma fantasia adulta e contém cenas de muita violência; e apesar de ter personagens fascinantes, apresenta algumas problemáticas. O livro sexualiza menores e isso me deixou muito desconfortável. E os únicos personagens LGBTQI+ que se destacam na trama, foram muito maltratados.
Por se tratar de uma fantasia adulta, já estava preparada para lidar com o “humor”. Existem muitos palavrões no enredo e algumas piadas bem misóginas. Tentando deixar isso de lado (mesmo sendo difícil), preciso dizer que fiquei curiosa pela continuação. Eu gostei da forma com que a trama foi contada. Foi no estilo de entrevista e a narrativa não cronológica foi intrigante, me mantendo presa e atenta até o fim.
E diante de Deus e seus Sete Mártires, eu aqui juro;
Que as sombras conheçam meu nome e desespero.
Enquanto queimar, eu sou a chama.
E Enquanto sangrar, eu sou a espada.
Enquanto pecar, eu sou o santo.
E eu sou prata.
Gabriel de Léon é membro de uma ordem sagrada que luta contra os vampiros. Mas apesar de todas as suas habilidades e fama, acabou sendo capturado por eles. Agora, Gabriel está preso e precisa narrar a sua história. Mas não pense que isso será algo maçante! O pequeno Leão coloca humor e drama na dose certa e descreve os seus anos de treinamento, seus dias de glórias, seu amor proibido e como perdeu tudo o que amava.


Império do Vampiro: Melhor morrer como um homem que viver como um monstro
Os vampiros de Jay Kristoff são como devem ser: desprezíveis! São cruéis, violentos, impetuosos e aterrorizantes. O autor não se preocupa em explicar muito sobre esse universo, mas isso não tira a sua atenção da história. Gabriel conquistou a sua fama com muito sangue, mas não é um herói. Pelo contrário, em algumas cenas senti vontade de dar um soco no personagem, mas em outras quis abraçá-lo.
Ao longo do livro, conhecemos duas fases de Gabriel. Primeiramente, ele inicia a história com 16 anos, quando vivia com a sua mãe, suas duas irmãs e um pai que nunca o amou. Ele é um mestiço, nascido de pai vampiro e mãe mortal. E conforme ele compartilha sua vida para com o vampiro que o capturou, acompanhamos o seu amadurecimento e sua visão de mundo até chegar aos 32 anos.
Qualquer coisa que eu disser aqui, pode comprometer a sua leitura. Contudo, realmente fiquei mexida pelas amizades, pelo romance e pela irmandade. E conforme a história avançava, as minhas esperanças diminuíam. Apesar de algumas cenas serem bem previsíveis, fiquei obcecada pela leitura; queria finalizá-la e saber como tudo iria acabar. As páginas finais me deixaram bem aflita, pois tudo foi tão bem descrito, que eu era capaz de visualizar com perfeição o que se passava.
A edição do livro, por sua vez, é muito linda. Há várias ilustrações em preto e branco, com traços bem marcantes. Elas são extremamente necessárias para compor as cenas e causar uma imersão ainda maior na leitura.

Império do Vampiro
Jay Kristoff
- Autoria:
- Jay Kristoff
- Páginas:
- 976
- Editora:
- Plataforma 21
Leh Pimenta
Um personagem que me encantou em Império do Vampiro é a espada Bebedora de Cinzas ela é inconsciente e meio louca, gostei bastante da leitura no geral.
Clayci Oliveira
haha simmm eu adorei essa personagem tb
Paloma
Oie lindona! O universo dos vampiros eu até gosto, apesar de nao ler muitos livros sobre. Eu sei que essa coisa da violencia e a realidade da maldade dos viloes pode incomodar. Estou lendo um romance sobrenatural que tambem é um tiro na cara. Muita violencia e abusos sexuais.
Enfim… Acho que o livro é bom mesmo trazendo essas problematicas dificeis de engolir.
Beijos!
Camila Faria
Oi Clay! Curioso, eu acabei de ler um livro do Nabokov que me deixou MUITO incomodada justamente por causa da sexualização de menores (Ada ou Ardor, tem mini-resenha lá no blog). Acho que esse livro me traumatizou um pouco e por isso deixaria essa leitura do Jay Kristoff para um outro momento… Beijo, beijo :*