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As cavernas de Aço – Isaac Asimov – Convivendo com os robôs

Eu queria saber explicar o que eu sinto quando finalizo alguma obra do Asimov. Decidi me dedicar a alguns clássicos no ano passado e é claro que esse autor estava na lista dos que “não posso deixar de ler”. Asimov é direto e objetivo, por isso não é difícil me envolver com as suas histórias.

Dizem que As Cavernas de Aço é perfeito para quem quer começar a ler ficção científica; e agora que consegui dar uma chance para essa série – antes tarde do que nunca – só posso concordar. Imagine uma história com o ilustre personagem Poirot da Agatha Christie; agora fantasie um enredo em que é preciso desvendar um crime ao lado de um robô. Deixando as brincadeiras de lado, em As Cavernas de Aço, vamos ver a relação entre dois policiais que terão de trabalhar juntos, mas um deles demonstra insatisfação com a missão.

Agora você deve estar se perguntando: por que usar o Poirot de exemplo, se existem outras histórias com a mesma premissa e que fizeram sucesso? Como por exemplo: Máquina Mortífera e Bad Boys? Não sei! Mas consegui visualizar o detetive bigodudo, todas as vezes em que ele queria mostrar o seu potencial.

As cavernas de Aço - Isaac Asimov - Convivendo com os robôs

SOBRE A HISTÓRIA

Estamos em um futuro onde a Terra sofre com a superpopulação. Os habitantes perderam o controle e foi preciso que os humanos colonizassem o espaço. Isso fez com que uma nova raça surgisse a partir deles. Nessa nova realidade, a população sofre com a escassez e o racionamento de alimentos. Eles mal vêem a luz do sol e precisam seguir as regras para garantir a sobrevivência.

Por conta dessa aglomeração, a saída foi criar as “cavernas de aço”, prédios com infinitos andares. A moradia, ou seja, o andar em que o habitante vai morar e os seus privilégios, vai depender da sua posição social. Mas não é fácil conseguir certas regalias, pois os robôs começaram a realizar serviços e aos poucos substituem o trabalho humano. Muitos perderam o emprego e consequentemente a posição social. E essa situação precária fez com que os humanos criassem um sentimento de raiva pelos robôs.

Os siderais – como os robôs eram conhecidos – se apropriaram da criação terráquea e desenvolveram versões humanoides. Eles querem dividir o espaço, além de conviver de forma saudável com os humanos. No meio de todo esse caos, o embaixador dos Mundos Siderais é encontrado morto. E como os robôs suspeitam que um humano tenha cometido esse crime, Elijah Baley é designado para desvendar o assassinato. Porém, será preciso conviver com o seu novo parceiro robô chamado R. Daneel. Será que antes de solucionar o caso, Elijah, abrirá mão dos seu preconceito?

O QUE ACHEI DE AS CAVERNAS DE AÇO

Eu me diverti bastante com essa leitura, principalmente com a relação entre R. Daneel e Baley. Quando o detetive foi designado para solucionar o crime ao lado de um robô, mostrou a sua insatisfação na mesma hora. Baley possui suas convicções, mas ao pensar na sua posição social – por medo de perder os seus privilégios – decidiu aceitar o caso.

As cavernas de Aço - Isaac Asimov - Convivendo com os robôs

No entanto, por conta dos seus princípios, Baley começa a demonstrar que não será capaz de cumprir essa missão. Ele não acredita que um humano tenha saído da cidade para cometer esse crime, mesmo sabendo que o relacionamento entre os humanos e robôs estão à flor da pele. E o objetivo é que Balley consiga encontrar o assassino, antes que o robô desvende o crime sozinho.

A história é narrada em terceira pessoa, só que no ponto de vista de Balley. Apesar dos seus conflitos internos, foi bom ver este personagem lutando contra a sua intolerância. Conviver com R. Daneel, mesmo que por pouco tempo, fez com que o detetive parasse para analisar o comportamento do robô e criasse empatia em algumas situações.

A única coisa que me incomoda nas histórias do Asimov (as que eu li pelo menos), é a forma com que as personagens femininas são desenvolvidas. Em Cavernas de Aço, por exemplo, elas quase não aparecem. Elijah é casado e embora a sua esposa ganhe destaque na trama, sua presença é bem estereotipada, sendo que ela tinha muito para contribuir na trama.

Mesmo assim, gostei da experiência de ler o primeiro livro da série. Não foi como nos livros da Agatha, onde dificilmente consigo solucionar o caso antes do desfecho, mas gostei de como a história se desenrolou.

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comentários

  • Maria Clara

    Nossa que artigo fantástico, por isso que estou quase todos os dias visitando e lendo seus artigos. Sempre tem conteúdos interessantes e de qualidade.

    Beijos !!

    responder
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