Não tem significado. Qualquer um que já esteve triste de verdade pode dizer que não há nada de bonito, literário ou misterioso na depressão.
Meu coração e outros Buracos Negros
Eu queria ter lido Meu Coração e Outros Buracos Negros na minha adolescência. A autora aborda o suicídio de forma honesta, mas ao mesmo tempo de um jeito comovente. Mesmo sendo um romance, foi possível enxergar os medos e as inseguranças de Aysel enquanto eu lia. Tenho certeza de que se eu tivesse lido esse livro na minha adolescência, teria aprendido desde cedo a importância de falar sobre esse assunto.
Com apenas 17 anos, Aysel carrega o mundo nas costas. Seu pai está preso por um crime que foi noticiado em todos os veículos da sua cidade. E mesmo não tendo relação alguma com o ocorrido, ela sente os olhares de julgamentos por onde passa. Para piorar, a adolescente supõe ser uma intrusa na casa de sua mãe, que agora tem outra família. Se não bastasse enfrentar todas essas dificuldades, ela também precisa lidar com um trabalho que odeia.
Meu coração e outros buracos negros: Conhecendo seu parceiro de suicídio no site Passagens Tranquilas
Tendo em vista todas essas adversidades, Aysel decide tomar uma decisão que parece a mais sensata: cometer suicídio. Mas ela não quer morrer sozinha. Aysel precisa de um incentivo para não desistir quando chegar a hora. Pensando nessa possibilidade, a jovem resolve procurar o seu parceiro no site “Passagens Tranquilas“. E foi lá que Aysel encontrou o usuário RobôCongelado, que também queria acabar com a própria vida. Contudo, ele tinha uma condição: o suicídio teria que acontecer no dia sete de abril.

Então a história começa a se desenvolver quando os dois se encontram pela primeira vez. O que Aysel não esperava, era encontrar um jovem bonito, popular e que aparentemente não tinha motivos para querer desistir da sua vida. Roman é um ex-jogador de basquete e tem uma mãe que demonstra preocupação e amor pelo rapaz. No entanto, ele carrega uma culpa e só quer se livrar desse sentimento, por isso procurou uma parceira para colocar um fim nisso tudo.
Os capítulos se iniciam com uma contagem regressiva. No começo, Aysel demonstra convicção e abre mão das suas responsabilidades para “curtir” os últimos dias de vida. Ela acredita que quando morrer as pessoas ficarão bem sem a sua presença. Só que ela não esperava valorizar esses momento finais. Aysel acaba encontrando motivos para aceitar e conviver com a sua nova família. Da mesma forma que se apaixona pelo seu parceiro de suicídio. A adolescente começa a cogitar a possibilidade de desistir do suicídio, porém Roman está decidido e tem medo que ela tente convencê-lo do contrário.
Achava que, quanto mais próxima da morte eu ficasse, menos assustada ficaria, menos temerosa eu seria. Está acontecendo o contrário.
Meu coração e outros buracos negros
Meu Coração e outros buracos negros fala justamente sobre aquelas pessoas que entram na sua vida quando menos se espera.
Na primeira vez que eu li este livro, levei em consideração apenas o romance da trama. Eu torcia para que os dois ficassem juntos e desistissem do plano inicial. Por mais que eles carregassem uma culpa e acreditassem que aquela era a melhor saída, eu só enxergava o romance como se fosse um recurso. Mas quando reli e passei a prestar atenção nas entrelinhas e divagações de Aysel, compreendi que a história é um pedido de socorro. Mesmo com um desfecho esperançoso, Meu Coração e outros buraco Negros fala justamente sobre aquelas pessoas que entram na sua vida quando menos se espera.
E ao contrário do que possa parecer, Aysel é uma personagem forte e determinada. Ela está deprimida, mas não quer se sentir um problema na vida de ninguém. Por isso acaba omitindo os seus medos e escondendo os seus pensamentos. Aysel, apesar de tudo, ama seu pai e tem medo do que esse sentimento possa significar. Ela sente os olhares acusatórios e de pena por onde passa e presume que possa ser igual ao seu pai.

O relacionamento com a sua mãe também era complicado. Quando os pais de Aysel decidiram se separar, a jovem optou ficar com o pai. E por mais que sua mãe continuasse presente, elas não eram melhores amigas. Aysel amava os seus irmãos, mas sentia que viver naquela casa fazia mal à sua mãe. Como Roman também sentia um vazio, foi fácil se identificar com o seu sofrimento. Entretanto, ela não imaginava que o ex jogador de basquete se tornaria uma razão para que ela continuasse.
Senti que a autora foi cuidadosa ao desenvolver esta história. Os pensamentos de Aysel eram realistas e a jovem sempre deixou claro que não queria morrer; mas sim que a dor parasse. Meu coração e outros buracos negros fala sobre justamente sobre aquelas pessoas que entendem você por inteiro. E a autora deixou claro que, embora esta história termine com um tom esperançoso, a estrada para a recuperação é longa e permanente. Por isso é importante reconhecer os sinais e falar sobre depressão sempre.
Mara Santos
Clayci,
Eu sabia que esse livro tinha essa temática, mas não imaginava que ele seria tão incrível!
Fui lendo sua resenha e me emocionei demais com o pouco que você contou.
Com certeza essa é uma história que preciso ler.
ANA PAULA ARAUJO DE SOUZA
Gente, mas que enredo….
Embora seja super sério, eu fiquei mega com vontade de ler….
Eu realmente não conhecia a obra, mas amei conhecer ele aqui com sua resenha. Vou ler com certeza!
Obrigado pela dica!!
ANA PAULA ARAUJO DE SOUZA
Gente, mas que enredo….
Embora seja super sério, eu fiquei mega com vontade de ler….
Eu realmente não conhecia a obra, mas amei conhecer ele aqui com sua resenha. Vou ler com certeza!
Obrigado pela dica!!
CRIS
Oi Clayci!
Esse parece ser um livro que lemos com o coração apertado e ao mesmo tempo gritando por socorro, para alguém ajudar a mudar essa história, fiquei pensando enquanto lia a sua resenha em quantas pessoas passam ou estão passando por isso sem saber achar uma solução para os problemas é uma abismo grande porque não enxergam uma saída, isso é muito triste. Parabéns pela resenha estou curiosa para saber como termina essa história, obrigado pela dica, está anotada, bjs!