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Flores para Algernon – Daniel Keyes

Flores para Algernon - Daniel Keyes
[penci_review id=”23350″] [penci_blockquote style=”style-2″ align=”none” author=”Flores Para Algernon”]Como eles me parecem diferentes agora. E quão tolo fui de algum dia pensar que professores eram gigantes intelectuais. Eles são pessoas, e sentem medo de que o resto do mundo descubra.[/penci_blockquote]

Flores para Algernon, do autor Daniel Keyes, foi publicado aqui no Brasil pela editora Aleph. Essa história foi relatada pela primeira vez em um conto homônimo, publicado 1959 e fora ganhador do prêmio Hugo. 

SOBRE A HISTÓRIA

Flores para Algernon - Daniel Keyes

Charlie Gordon é um homem de 32 anos com uma deficiência intelectual que não lhe permite ter um QI alto. Ele se esforça e quer ser inteligente, mas não consegue compreender as coisas que acontecem ao seu redor. Charles trabalha em uma padaria como zelador e entregador. O fato de querer ser “mais intelijente” fez com que ele fosse escolhido para uma nova cirurgia revolucionária. Os cientistas testaram essa técnica no pequeno ratinho Algernon e por ter resultados positivos, irão submetê-lo a esta nova experiência.

Charlie acredita que os “médicos” irão corrigir o seu cérebro e que também conseguirá melhorar a sua vida após essa cirurgia. Ele relata diariamente o progresso em um diário. No início há vários erros ortográficos e gradativamente vamos notando a evolução do seu estado clínico. Em poucos dias temos um novo Charlie Gordon! Além de aumentar o QI, ele desenvolveu lembranças e começa a compreender melhor o seu passado e a sua infância.

[penci_blockquote style=”style-2″ align=”none” author=”Flores para Algernon”]- O problema, querido professor, é que você queria alguém que pudesse se tornar inteligente, mas continuasse numa jaula e fosse exibido, quando necessário, para colher as honras que você busca. O problema é que sou uma pessoa[/penci_blockquote]
Flores para Algernon - Daniel Keyes

É melhor ser inteligente ou permanecer na ignorância?

Antes da cirurgia, Charlie queria saber interagir em grupo. O seu sonho era conseguir conversar sobre qualquer assunto sem que ninguém o zombasse. A cirurgia foi um sucesso e aos poucos ele foi superando todas as pessoas que ele acreditava ser mais inteligente do que ele. No entanto, por mais que seu desejo fosse ser alguém mais aceitável socialmente, não foi esse o resultado da experiência.

Com seu novo intelecto, Charlie consegue visualizar uma existência obscura sobre a natureza humana. Ele enxerga com transparência a antipatia e inveja que seus colegas sentem ao vê-lo mais engenhoso. Parece inaceitável ver uma experiência ultrapassar todos os objetivos e ser melhor que os próprios cientistas que o criaram. E é a partir daí que o livro traz questões mais profundas e de existencialismo. Flores para Algernon discute sobre deficiências mentais, natureza humana, inteligência e afeto.  Gordon chegou em um ponto que começou a refletir se não seria melhor permanecer na ignorância e não saber a verdade sobre as pessoas próximas a ele.

MINHA OPINIÃO

Estou com dificuldades para colocar em palavras as emoções que experimentei ao ler este livro. Pensei que seria uma leitura arrastada, porém fui surpreendida quando vi que finalizei a leitura no mesmo dia. Por mais que se trate de uma ficção científica, o autor conseguiu trazer uma história leve e focada em humanidade.

Charlie queria ser mais inteligente, mas é óbvio que antes da cirurgia ele não fazia ideia de que isso teria um preço. Quando finalmente ele conseguiu ter controle da sua mente, pode compreender que nem todas as pessoas que o faziam rir eram seus amigos. As pessoas tiravam proveito da situação e muitas o humilhavam como piada. Memórias que até então foram esquecidas, voltam de uma forma dolorosa.

Eu me emocionei com a leitura diversas vezes. Para ser sincera eu não conseguia largar o livro, pois foi um misto de sentimentos. Eu ficava triste, irritada, frustrada e ainda assim esperançosa. Mesmo com tantas pessoas ruins, Charlie tentava lidar com o seu sofrimento e também pensava nas condições de todos que passaram pelo mesmo que ele. O autor discute sobre a falta de estrutura para abrigar pessoas como Charlie. Eu me senti um lixo nessas cenas, pois não teve romantização e nem mesmo a esperança de um futuro melhor.

[penci_blockquote style=”style-2″ align=”none” author=”Flores para Algernon”]“Inteligência é um dos maiores presentes humanos. Mas muito frequentemente a busca por conhecimento exclui a busca por amor. […] Inteligência sem a habilidade de dar ou receber afeto leva a um colapso mental e moral, para neurose, e possivelmente até para psicose”[/penci_blockquote]
Flores para Algernon - Daniel Keyes

Aprendi muito com o Charlie Gordon

Somos condicionados a ter um objetivo na vida. Sabemos que precisamos buscar conhecimento, mas com qual propósito? Flores para Algernon nos faz refletir em como a falta de empatia e compaixão interfere nesse resultado e busca. Charlie alcança um novo intelecto, no entanto se isola se tornando uma pessoa arrogante e autocentrada. Sem dúvidas esse livro entrou para os meus favoritos da vida e irei sempre me lembrar de Charlie Gordon com carinho.

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