Maternidade


Desafios da maternidade: Estar ao lado dos filhos também é uma ambição
e não existe decisão errada nesses casos

Ahh os desafios da maternidade! Lembro como se fosse ontem a conversa que tive com o Di, um dia antes de voltar ao trabalho. Lembro bem desse dia porque só soube chorar. Eu olhava para a cara dele e chorava ainda mais. Eu não estava pronta para voltar ao serviço e não queria ficar longe da minha filha por algumas horas. Sei que ela ficaria bem sem mim, pois temos uma rede de apoio e a vovó me ajudaria muito com isso… quem não estava pronta era eu.

Quando a licença-maternidade acabou, senti um vazio enorme. A ideia de deixar a Cora, que tinha apenas cinco meses, partia meu coração. Pensei várias vezes em pedir demissão, mas, ao mesmo tempo, havia uma necessidade de me reconectar com o mundo lá fora. Respirar outros assuntos além da maternidade parecia uma forma de me reencontrar. No entanto, o que eu não imaginava era que, ao tentar conciliar tudo, eu acabaria me perdendo ainda mais.

O retorno ao trabalho, que eu achava que me traria certo alívio e normalidade, trouxe mais dúvidas e inseguranças. Sempre fui independente, trabalhei muito para construir minha carreira, e a ideia de abrir mão de tudo isso me assustava. Mas, ao mesmo tempo, minhas prioridades haviam mudado. Cora passou a ser o centro do meu universo, e cada momento com ela se tornou único. Mesmo tendo facilidades como jornada reduzida e a possibilidade de trabalhar de casa, eu sentia que não estava conseguindo atender às demandas dela. Cora precisava de mim de uma forma que eu não conseguia suprir enquanto tentava ser a profissional que sempre fui.

Se entregando a maternidade e Valorizando os Pequenos Momentos

Os desafios da maternidade não param – existem muitos Julgamentos sobre Prioridades

Comecei a perceber que tentar ser tudo ao mesmo tempo estava me levando ao limite. A insônia apareceu e as dúvidas sobre o que realmente era importante começaram a me consumir. Sempre ouvi dizer que ser mãe é se reinventar, mas nunca imaginei que essa reinvenção viria acompanhada de tantos conflitos internos com os desafios da maternidade.

Uma das coisas que mais me atormentava era o julgamento das pessoas. A ideia de “ser só mãe” sempre foi vista com certo desprezo, como se escolher cuidar do filho em tempo integral fosse menos valioso do que seguir uma carreira. Eu sabia que muitas mães não tinham a opção de escolher, que, para algumas, voltar ao trabalho logo após o parto era uma necessidade. Muitas vezes, nem a licença-maternidade completa era uma realidade. Eu reconheço os privilégios da minha situação, mas isso não diminuía a dor e a confusão que eu sentia em relação aos desafios da maternidade.

Eu me via num dilema constante: ser a profissional dedicada que sempre fui ou a mãe presente que minha filha precisava? É claro que, mesmo estando 24 horas ao lado dela, eu perderia momentos, pequenas descobertas que fazem parte do crescimento. Mas sabia que, estando mais presente, poderia oferecer a segurança e o apoio que essa fase inicial exige.

Sobre o desafio de voltar para o trabalho

O que aprendi é que não existe uma solução perfeita. Não dá para ser 100% em tudo, e talvez essa seja a grande lição da maternidade. Haverá momentos em que serei uma excelente profissional, mas em troca, perderei algum momento importante da vida da Cora. E o inverso também é verdadeiro. Mas, no final das contas, o que realmente importa é a escolha que faz sentido para nós, para nossa realidade, para o que acreditamos ser o melhor para nossos filhos.

Eu continuo nessa jornada de autoconhecimento e redescoberta, tentando encontrar um equilíbrio entre ser mãe e manter minha identidade profissional. Sei que outras mães também passam por esses dilemas, e gostaria de saber como vocês lidaram com essa situação. Conseguiram conciliar as duas coisas? Optaram por sair do trabalho?

Se você está passando por isso, saiba que não existe decisão errada. Cada mãe tem sua própria experiência, e só você pode decidir o que é melhor para você e sua família. Confie na sua intuição e nas suas necessidades. Quando sentimos um alívio ao escolher um caminho, é porque fizemos a escolha certa para aquele momento. Permita-se ser gentil consigo mesma e lembre-se de que o equilíbrio que você busca é possível, mesmo que de uma forma diferente do que imaginou.

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