E dá pra acreditar que a Cora já está completando um mês de vida? Vai devagar, tempo… No turbilhão dos primeiros dias do puerpério, eu me deparei com uma realidade que, confesso, me pegou desprevenida. A chegada da Cora trouxe consigo uma avalanche de emoções, e, sinceramente, os primeiros dias foram desesperadores. Me vi sem manual de instruções, tentando decifrar o choro da Cora e aprender a lidar com as demandas constantes. Ao mesmo tempo em que eu queria curtir cada minuto ao seu lado me sentia culpada por estar exausta e não conseguir dar conta sozinha.
Hoje, ao celebrar o primeiro mês da Cora, percebo o quão rápido as coisas mudaram. Ainda me sinto insegura, mas essa insegurança tem sido minha aliada, permitindo-me aprender mais com as experiências do que com as dicas aparentemente perfeitas das redes sociais. Sim, precisei me desligar dos conteúdos sobre maternidade, pois estava me deixando ansiosa e fazendo com que eu me comparasse com outras mães. Mesmo sabendo que são realidades diferentes e que a vida compartilhada nas redes sociais não é real, foram inevitáveis os pensamentos negativos. Eu queria entender porque não estava me sentindo realizada da mesma forma que estas mães demonstram estar nessa mesma fase.
No meio desse furacão, recebi um conselho valioso da minha amiga, Na. Ela me disse para focar no que vai ficar, não no que vai passar. Essa reflexão mudou tudo. No puerpério, é fácil se perder nas confusões de sentimentos, querendo que tudo passe logo, mas será que realmente vale a pena? Essa simples mensagem me mostrou que cada desafio, cada lágrima, cada riso, são partes importantes desta experiência. Ao invés de desejar que o tempo voe, estou aprendendo a saborear cada momento, a entender que esses dias turbulentos também carregam uma beleza única.
O que o puerpério esfregou na minha cara
Na prática, o puerpério se revelou um desafio, repleto de conflitos emocionais. A culpa, minha companheira constante, parece se perpetuar 24 horas por dia. Apesar da rede de apoio e da presença constante do Di, há coisas que ele não compreende por não viver na pele.
A perda de identidade tem sido um dos aspectos mais dolorosos. Sinto-me como uma folha em branco, sem reconhecer a Clayci que existia antes. Sei que a vida não será mais a mesma, mas a adaptação tem se mostrado um processo complexo. Não estou reclamando da minha nova condição, mas é difícil me enxergar no espelho e não reconhecer a mulher que vejo.
As mudanças no corpo, tanto físicas quanto emocionais, são como cicatrizes visíveis e invisíveis. A recuperação pós-parto, marcada por um processo cirúrgico doloroso, me faz refletir sobre possíveis traumas e acomodações que enfrentei, questionando se houve violência obstétrica, uma sombra de dúvida constante.
Diante da intensidade do puerpério, sei que o Di nunca compreenderá completamente o que é ser necessária 24 horas por dia, 7 dias por semana. Viver em estado de vigília, alerta para qualquer sinal da Cora, é exaustivo. A privação de sono, somada à responsabilidade de ser o porto seguro, revela uma realidade que só quem vive pode entender. O puerpério é um mergulho profundo no desconhecido, mas aos poucos, mesmo nas dificuldades, vou descobrindo a força que existe em mim e a beleza complexa dessa nova jornada. E sim, o Di tem se desdobrado em vários para conseguir dar conta da sua função. Cora, você não faz ideia de como o seu pai faz tudo pela gente, viu?
E como está sendo conviver com essa raposinha?
Conviver com a Cora nesse primeiro mês de vida tem sido uma experiência única e cheia de surpresas. Desde o seu nascimento, ela demonstrou uma incrível antecipação em tudo, desde os primeiros movimentos até o seu desenvolvimento. Agora, sinto que está vivendo o primeiro salto de desenvolvimento, e apesar de todos os sinais evidentes, lidar com essa transição tem sido desafiador.
Imagino que para ela, que desde cedo mostrou ser uma pequena exploradora, descobrir aos pouquinhos que não está mais no útero deve ser um processo complexo e, por vezes, doloroso. Estarei sempre ao seu lado, filha. Oferecendo suporte e amor para enfrentar cada fase.
Cora é uma bebê incrivelmente sorridente, e recentemente ganhamos nosso primeiro sorriso social. Sei que os anteriores eram reflexos, mas agora ela observa tudo, presta atenção e, de certa forma, conversamos todos os dias. Cada sorriso dela ilumina nossos dias e reforça o vínculo especial que estamos construindo juntas.
Ba Moretti
cora é lindinha demais ?
eu procuro sempre reforçar (principalmente quando a pauta é filhos para quem ainda não os tem) de que a maternidade, meeeesmo com uma paternidade ativa, é um rolê muuuuito intenso. arrisco dizer um dos mais difíceis mesmo. ela suga e entrega tudo na mesma proporção sem nem dar fôlego pra decidir se entendemos, se estamos preparados, se damos conta. a maternidade é horrível e maravilhosa. eu me agarro muito nisso e, pelo menos pra mim, isso me dá paz. parece que alivia lidar com as dúvidas, as culpas (que sempre existem e só vão sendo reformuladas HAHA). é muito doido em fração de segundos ir de MEUDEUS EU NÃO AGUENTO MAIS para CARALHO EU SOU A MÃE MAIS FELIZ DO MUNDO HAHAHAHAH. enfim, doidah! ?
curiosidade: dá vontade de gastar o réu primário toda vez que uma pessoa sem filho pequeno diz que está cansada.
Clayci Oliveira
Oi Baaa
muito obrigada =D BOM DEMAIS TER VC AQUI
Aline Amorim
Que fofura dessas fotos da Cora!!
Luly Lage
Oi, Clayci!
É tão profundo poder acompanhar esses seus dois lados do puerpério… Acho que, por ser uma etapa tão pessoal e puxada, acabo lendo apenas um lado de cada pessoa, o difícil ou o incrível… E tudo bem, cada uma busca seu melhor meio de viver o inevitável quando se passa pelo parto, mas pra mim tem sido muito incrível saber mais sobre o seu. Em alguns momentos queria ir aí dar a mão, em outros saber que conhecer a Cora tem sido tão gostoso me deixa radiante de alegria.
Que bom que você encontrou esse meio de entender que quer curtir cada etapa! Espero que elas sejam cada vez melhores!
Mil abraços pra vocês!
Simple Girl
Que amor! Adorei as fotografias ????
Feliz Natal, acredito que este será bem especial! ?????????