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Além das Aparências: A Verdade por Trás da Maternidade Perfeita
Desvendando o Mito da Mãe Perfeita

Custei a entender que cada mãe constrói sua própria história, moldada por escolhas e aprendizados únicos. Assim que descobri a gravidez, me joguei nos conselhos, buscando uma espécie de manual que me guiasse nessa nova fase. No entanto, com o nascimento da Cora, percebi que a realidade materna é mais complexa e singular do que qualquer dica sugeriria.

E por que estou falando isso? Porque descobri da pior forma possível que a experiência materna é uma eterna competição e comparação entre pessoas que deveriam se apoiar. Durante a gestação, absorvi informações sobre salto de desenvolvimento, janela de sono, amamentação exclusiva e muitos outros tópicos. Transformei a gestação em um curso intensivo; Contudo, a chegada da Cora deixou claro que a experiência materna é cheia de nuances imprevisíveis.

A impossibilidade de amamentação exclusiva devido a um adenoma hipofisário me trouxe desafios e julgamentos externos, levando-me a questionar minha capacidade como mãe. Quando compartilhei minha dificuldade, surgiram várias especialistas (aka mães) que disseram que eu não estava me esforçando o suficiente, que eu precisava comer coisa x, beber y, estimular z… mas ninguém se importou em saber como eu estava lidando com esta frustração e como meu corpo estava reagindo à baixa produção de leite. As noites mal dormidas e os sintomas físicos desconfortáveis tornaram os primeiros dias com a minha filha mais desafiadores do que imaginei.

Experiência materna - Mãe Real, Não Perfeita!

Experiência materna – Mãe Real, Não Perfeita!

Foi então que percebi: mesmo me informando tanto, a realidade deu um tapa na minha cara e fiz coisas que eu disse que não faria. Optei pela fórmula e mamadeira, introduzi a chupeta como aliada contra as dores da cólica e disquesia, e adotei medicamentos para aliviar desconfortos, apesar da busca inicial por métodos naturais. A janela de sono, que imaginava seguir um padrão predefinido, revelou-se uma montanha-russa, com a Cora ditando suas próprias regras.

Quando comprei o berço, me disseram que não iria usá-lo, porém ela dorme nele todos os dias. Entendi que cada mãe molda sua experiência materna de maneira única. O maternar é um território vasto, e não existe uma fórmula única que se aplique a todas. O propósito deste post não é julgar ou desmerecer qualquer abordagem à experiência materna. Pelo contrário, é um lembrete de que cada mãe, cada bebê, é único. Não há um caminho pré-determinado e tudo bem seguir o próprio fluxo.

Hoje, não carrego mais o peso da culpa por não seguir à risca os conselhos que chovem nas redes sociais. Não existe mãe perfeita, pois cada uma define a sua versão de perfeição dentro da realidade que enfrenta. Cada escolha, cada adaptação, é uma expressão genuína do amor e dedicação à singularidade de nossos filhos.

Em um mundo que muitas vezes retrata a experiência materna de maneira idealizada, quero lembrar a todas as mães que independentemente das abordagens adotadas, se o nosso filho está bem, então estamos no caminho certo. Cada mãe é a melhor versão que seu filho pode ter, independente das expectativas impostas. O valor está na autenticidade de nossas experiências, repletas de aprendizado, aceitação e, acima de tudo, amor incondicional.

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comentários

  • Ba Moretti

    a gente faz o que pode com o que tem. a maternidade me faz pensar muito que ignorância é mesmo uma benção. o excesso de informação que procuramos e recebemos muitas vezes sem solicitar suga a nossa alma e só alimenta a culpa devido a tanta confusão. e no fim das contas é exatamente o que tu falou, a realidade é absurdamente única para cada mãe e filho. nem mesmo o segundo filho dá a garantia de que a receita do anterior funcione.

    outra coisa que já percebi no grupo de doulandas, antes mesmo da minha pequena nascer, é esse outro ponto que você trouxe. a comunidade (entre muitas aspas) materna é uma grande competição, um campo de batalha. como se essa disputa levasse a última sobrevivente ao prémio de mãe perfeita. deus me free.

    seria tão mais fácil se simplesmente uníssimos nossos conhecimentos e dúvidas, sem julgamento. tão mais fácil, aliviaria tanta culpa…

    enfim né. mais uma vez me prolongando aqui. teus textos sem querer me fazem nadar em memórias que até então achava estarem esquecidas 🙂 e quando percebo já falei demais HAHAHAHA

    um abraço apertado! que fazer o que podemos com o que temos nos permita também viver com leveza essa grande caixa de surpresas que é a maternidade ?

    responder
  • Aline Amorim

    Muito bom ler sobre maternidade real. Eu fico apreensiva com a comparação e os palpites que já estão aparecendo na gestação.
    Espero também conseguir entender o que é melhor para a minha bebê, independente do que eu leio ou estudo.
    Beijos

    responder
  • Any

    É sempre importante nos lembrarmos que cada jornada é única. Então cada mãe será única, cada bebê único, cada experiência diferente da outra. Infelizmente muita gente se coloca no lugar de ditar fórmulas prontas, mas não é assim na vida.
    Que você siga crescendo em aprendizado nesse caminhar lindo <3
    Abraço afetuoso,
    Any.
    Poetiza-te
    Ateliê

    responder
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