Vamos conversar sobre as descobertas da infância? Nada te prepara para a primeira vez. Para aquele instante único em que um olhar se ilumina, os olhos se arregalam e um sorriso hesitante começa a se formar. A descoberta é breve, mas cheia de significado – como se, por um segundo, o mundo inteiro tivesse parado só para dar espaço ao novo.
Desde que a Cora nasceu, vivo essa magia das descobertas da infância. Tento estar presente, guiando sua curiosidade com carinho e paciência. Ela ainda é um bebê, mas já tem um jeitinho muito próprio de sentir e explorar. É uma menina tímida, que precisa de tempo para se acostumar com novos lugares e rostos. Quando se assusta, se esconde. Se não estamos por perto, se encolhe, buscando segurança no que conhece.
Não forço. Nem apresso. Apenas observo e crio um ambiente onde ela possa ser ela mesma, até sentir que pode se soltar e ir além.
E então, quando menos espero, ela se arrisca.

Foi assim com seus primeiros passos. Primeiro, ela segurava firme no meu dedo, hesitante. No outro dia, soltou-se, titubeante, mas determinada, atravessando a sala como se tivesse acabado de descobrir um superpoder. Seu rosto se encheu de surpresa e alegria – como se o chão sob seus pés tivesse acabado de revelar um segredo só dela.
O mesmo aconteceu quando fizemos pão juntas. A farinha espalhada pelo balcão, os dedinhos afundando na massa macia, os olhos observando atentos enquanto o fermento fazia sua mágica. No início, só observava, incerta. Depois, mergulhou as mãos na bagunça, sentindo cada textura, experimentando cada sensação. E quando o pão saiu do forno, dourado e quentinho, ela me olhou como quem diz: Fui eu quem fiz isso?
E foi. É sempre assim. A cada dia, um mundo novo se abre diante dela.
Eu sabia que a maternidade traria novas perspectivas, mas não imaginava que me faria enxergar a vida com tanta frescura novamente. Ver o mundo pelos olhos de uma criança é um convite para desacelerar, observar e se encantar. Para a Cora, tudo é surpresa – uma folha que balança ao vento, um cachorro que late na rua, a espuma do banho estourando em pequenas bolhas entre os dedos. Coisas que há tempos se tornaram banais para mim voltam a ter cor, cheiro e textura.
Talvez esse seja o maior presente da infância: a chance de reaprender a olhar.
Por isso, decidi registrar essas descobertas da infância. Não só para guardar para ela, mas para mim também. Para não esquecer que a vida é feita dessas pequenas descobertas, dessas primeiras vezes que, para um adulto, podem parecer insignificantes, mas que para uma criança são o começo de tudo.




E você? Quando foi a última vez que olhou para algo comum e enxergou um pedaço de magia nele? Quando foi a última vez que experimentou o mundo como se fosse a primeira vez?
Adeilson Melo
Oieeee, bom dia.
Eu tenho criança em casa também, na verdade são as filhas da minha irmã, mas eu amo essa sensação das “primeiras coisas” sabe? Aqui também teve o primeiro banho de piscina, e olha eu posso te garantir que uma das coisas que ela mais ama é água, e chora pra sair viu? Chora, chora, chora. Ela amou. A primeira vez com bixinhos tambpem, pois eu tenho um gato, mas esse aqui ela teve medo kkkkk. Acredito que com o tempo ela vá se acostumando.
É isso, esse cenário é uma fofura mesmo ?
Clayci Oliveira
aiiii você deve ser aqueles tios incríveis que participa de todas as fases, ne? eu amo