Tem algo muito especial em fazer algo pela primeira vez. É aquele misto de empolgação, curiosidade e uma pontinha de insegurança. Eu senti isso recentemente quando decidi me aventurar na pintura e no punch needle — esse bordado russo cheio de textura e detalhes. Comprei os materiais, fiz o curso da Gabi, e me joguei de cabeça nesse mundo novo.
Mas o mais curioso é que, desde o começo, eu sabia que não ficaria perfeito. Meus primeiros pontinhos ficaram tortos, meio irregulares, claramente de iniciante. E sabe o que é mais louco? Eu amei cada um deles. Porque eu não estava fazendo pra ser perfeita — eu estava fazendo porque eu queria sentir.
Depois da maternidade, eu percebi que precisava de algo só meu. Algo que não fosse uma obrigação, nem uma meta a ser batida. Pintar e bordar têm sido isso pra mim: uma válvula de escape. Quando a Cora dorme ou quando sobra um tempo no meio da correria, eu sento, pego a agulha ou as canetinhas e me permito apenas fazer. Sem pressão, sem técnicas, sem expectativa, só pelo prazer de criar algo com as minhas próprias mãos.
A gente vive numa época em que até o hobby virou algo que precisa ser produtivo, sabe? Parece que tudo precisa gerar um resultado impecável, ser instagramável, render alguma coisa. Mas eu tô aprendendo que o valor do hobby não tá no resultado — tá no processo. Tá no som da agulha atravessando o tecido, na canetinha riscando o papel, nas mãos sujas de cor e nos erros que vão moldando o caminho.

Eu não sei onde isso vai dar. E essa é a parte mais gostosa. Não tem expectativa, só um espaço seguro pra eu ser criativa, pra me conectar comigo mesma. Talvez eu fique boa no pantinido com o tempo, talvez não. Mas o que importa é que, nesse momento, ele tá me fazendo bem. E isso já é suficiente.
Então, se você tá pensando em começar algo novo, esse é o meu convite pra você: comece sem esperar nada além do prazer de fazer. Escreva, pinte, borde, toque um instrumento, cozinhe… Mas faça por você, sem aquela voz interna dizendo que precisa ser perfeito. Curta o processo, os erros, os acertos, e principalmente, a sensação de se permitir ser iniciante.
Agora me conta: qual hobby você sempre quis tentar, mas ficou com medo de não ser bom o suficiente? Bora deixar essa pressão de lado e só sentir? ??