Livros


Uma Vida Pequena foi maior do que eu imaginava

Uma vida pequena

Oi! Será que ainda sei falar de livros? Faz tanto tempo que não atualizo essa categoria aqui no blog que confesso: fiquei um pouco nervosa ao começar este texto. Mas tem momentos em que um livro te encontra de um jeito tão especial que parece impossível não falar sobre ele, mesmo que as palavras não saiam exatamente como você gostaria.

Sabe quando um livro fica ali, na estante ou na sua lista de leituras, esperando o momento certo? Não sei se ele te escolhe ou se você é quem acaba escolhendo, mas comigo foi assim com Uma Vida Pequena. Ele estava lá, um calhamaço intimidador, e toda vez que eu pensava em abrir a primeira página, parecia que o mundo me perguntava: “Você tem certeza de que está pronta?

A verdade é que eu não estava pronta. Quem está, né? Mas, um dia, decidi que era a hora. Não sei se foi o começo do ano, com aquela promessa silenciosa de recomeços, ou se era simplesmente a necessidade de me deixar sentir algo diferente. E foi assim que eu mergulhei.

Logo de cara, percebi que Uma Vida Pequena não era só uma história. Era um encontro, daqueles que você não esquece. É quase impossível falar sobre o livro sem pensar no Jude, nos silêncios dele, na forma como ele carrega o mundo inteiro nas costas e ainda tenta seguir em frente. Me peguei querendo entrar nas páginas, abraçá-ló e dizer que ia ficar tudo bem – mesmo sabendo que talvez não fosse.

O que mais me marcou foi como a leitura parecia uma conversa comigo mesma. Algumas passagens me fizeram pausar, respirar fundo e até fechar o livro por alguns dias. Não porque era ruim – longe disso. Era porque ele me pedia para olhar para dentro, para encarar memórias e sentimentos que eu talvez preferisse ignorar.

Ao mesmo tempo, tinha algo profundamente bonito no meio da dor. As amizades que o livro retrata – especialmente entre Jude e Willem – me fizeram refletir sobre as pessoas que escolhem ficar na nossa vida, mesmo quando a gente tenta afastá-las. Sobre como o amor pode ser simples, sem exigir nada em troca, só presença.

O engraçado é que enquanto lia, não conseguia decidir se queria terminar logo ou nunca mais chegar ao final. Sabe aquela sensação de querer prolongar algo que te marca profundamente? Era isso. Cada página parecia um pequeno abismo de emoções, mas também uma chance de enxergar a beleza das pequenas coisas, mesmo em meio ao caos.

E agora, olhando para trás, percebo que Uma Vida Pequena não é um livro para todo mundo, e tudo bem. Ele exige de você. Ele te desafia. Mas, se você se permitir, ele também te transforma. Ele te faz pensar sobre as suas próprias cicatrizes e sobre como a vida, mesmo com todos os seus percalços, pode ser mais bonita quando a gente compartilha ela com quem importa.

Não sei se você já leu ou se pretende ler. Também não vou te dizer que precisa. Mas, se algum dia você estiver disposto a sentir – realmente sentir – uma história, talvez seja esse o momento de abrir as primeiras páginas. Faça isso no seu tempo, porque é disso que o livro trata: o tempo, as marcas que ele deixa, e o que fazemos com elas.

E, se você ler, espero que me conte depois. Não porque quero saber o que você achou do livro, mas porque livros como Uma Vida Pequena acabam sendo uma ponte entre a gente e o mundo, entre nós e nós mesmos. Eles nos conectam, mesmo sem querer.

Gatilhos importantes

Antes de começar a leitura, é essencial saber que Uma Vida Pequena aborda temas extremamente delicados e emocionais. Entre eles:

Abuso sexual (com cenas explícitas e detalhes impactantes); Automutilação; Suicídio e pensamentos suicidas; Violência física e psicológica, incluindo traumas profundos da infância; Abandono e negligência; Homofobia e preconceito.

Se você é sensível a algum desses temas, é importante refletir se está no momento certo para embarcar nessa leitura. Cuide de você, respeite seus limites, e, se decidir ler, vá no seu ritmo.

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Uma vida pequena

Hanya Yanagihara

Autoria:
Hanya Yanagihara
Quando quatro amigos de uma pequena faculdade de Massachusetts se mudam para Nova York em busca de uma vida melhor, eles se veem falidos, sem rumo e amparados apenas por sua amizade e por suas ambições. Willem, lindo e generoso, é aspirante a ator; JB, nascido no Brooklyn, é um pintor perspicaz e às vezes cruel que busca de todas as formas ingressar no mundo das artes; Malcolm é um arquiteto frustrado que trabalha numa empresa de renome; e o solitário, brilhante e enigmático Jude funciona como o centro gravitacional do grupo. Com o tempo, o relacionamento deles se aprofunda e se anuvia, matizado pelo vício, pelo sucesso e pelo orgulho. No entanto, seu maior desafio, como cada um passa a perceber, é o próprio Jude, um litigante extremamente talentoso na meia-idade, porém, ao mesmo tempo, um homem cada vez mais atormentado, a mente e o corpo marcados pelas cicatrizes de uma infância misteriosa, e assombrado pelo que teme ser um trauma tão intenso que não só não será capaz de superar — mas que vai definir sua vida para sempre. Com uma prosa magnífica e genial, Hanya Yanagihara criou um hino trágico e transcendental do amor fraterno, uma representação magistral da dor física e psicológica, e uma análise da verdade nua e crua que permeia a tirania da memória e os limites da resistência humana.

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