Agora que falta pouco para a Cora completar um ano, estou tomada por uma onda de nostalgia. Ontem, enquanto limpava a cômoda dela para separar as roupinhas que já não servem, acabei sentando no chão do quarto segurando um vestidinho cheio de memórias. Fiquei ali por um tempo, admirando cada detalhe desse espaço tão especial. Não é apenas um quarto — é um reflexo do cuidado e do amor que colocamos em cada escolha, em cada canto.
Antes da Cora nascer, vivíamos na casa dos meus pais. Pegamos um quarto vazio e o transformamos em um espaço cheio de vida, com tudo o que sonhávamos para recebê-la. Cada item foi escolhido com carinho, pensando no conforto dela e em como aquele espaço poderia ser acolhedor. Quando nos mudamos, com a Cora ainda pequena, a prioridade foi clara: ela teria um cantinho só dela, mesmo que o restante da casa ainda estivesse incompleto.
A Transformação de um Espaço
A mudança foi feita sem grandes planejamentos. Nosso quarto de casal era praticamente vazio, e a sala ainda estava em construção. Mas o quarto da Cora? Esse precisava estar pronto. Recriamos o layout do quarto que ela tinha na casa dos meus pais, mas nem tudo pôde vir junto. Aos poucos, fui ajustando o espaço, acrescentando toques pessoais que o deixaram ainda mais aconchegante e único.
A Magia da Decoração Afetiva
Eu sempre fui apaixonada por decoração afetiva. Para mim, um espaço só ganha vida quando carrega histórias e memórias. E o quarto da Cora é exatamente isso. Cada peça tem um significado especial: o quadrinho de punch needle que ganhamos da Gabi, os amigurumis fofos que vieram de artesãos incriveis, a placa vintage que adiciona um toque de nostalgia. Muitos itens foram presentes de amigos queridos que aguardavam a chegada dela com tanto carinho quanto nós.
É por isso que faço questão de ensinar à Cora o valor do feito à mão. Quero que ela entenda que, por trás de cada peça, há uma história, há alguém que colocou tempo, talento e afeto em sua criação. Esse é o tipo de valor que desejo passar para ela, porque acredito que o simples pode ser extraordinário quando carrega sentimento.
Um Cantinho de Paz
Entrar no quarto da Cora é como receber um abraço. É um espaço de paz, onde ela brinca, explora e descansa com conforto. Faço questão de manter tudo limpo e organizado, não só para que ela aproveite o espaço, mas porque, de alguma forma, cuidar desse cantinho também cuida de mim. É como um lembrete diário de quanto amo ser mãe dela e de tudo o que construímos juntas.
Enquanto arrumava as roupinhas, guardei algumas peças em uma caixa especial. Parece que foi ontem que montávamos seu quarto, imaginando como seria segurá-la nos braços. Agora, ela engatinha pelo tapete, mexe nos livros da prateleira e explora tudo com curiosidade.
À medida que o tempo passa, sei que o quarto vai se transformar. Novos brinquedos vão aparecer, as decorações vão mudar, mas o sentimento que preenche esse espaço vai permanecer. Porque não é sobre os objetos, mas sobre o que eles representam.
Separar as roupinhas que não servem mais foi um lembrete de como tudo muda rápido. Mas também foi um convite para comemorar o que já vivemos e nos preparar para o que ainda está por vir. Por enquanto, sigo admirando esse cantinho, que não é só dela — é nosso. Um pedaço da nossa história, cheio de decoração afetiva e memórias que continuamos a escrever, dia após dia.