Hoje, enquanto as luzes da árvore de Natal piscam suavemente no canto da sala, me pego refletindo sobre o que foi nosso primeiro Natal em casa. Não sei bem se foi o espírito natalino ou a simples vontade de deixar essas memórias registradas, mas senti que precisava sentar e escrever.
Sempre gostei do Natal. Talvez por causa das luzes, da sensação de renovação que ele traz, ou até mesmo das pequenas tradições que fazem tudo parecer mais especial. Mas este ano, o Natal teve um significado diferente. Foi o nosso primeiro na nossa casa, com a nossa família, com as nossas próprias tradições e, claro, com a Cora.
Não é o primeiro Natal dela. Ano passado, ela estava com um mês de vida; tão pequena que quase parecia que o mundo todo precisava parar só para se ajustar à presença dela. E talvez tenha parado mesmo. Naquele ano, ainda estávamos na casa dos meus pais. A comemoração foi simples, longe dos barulhos da rua, dos fogos, da agitação de fim de ano. Era como se o mundo lá fora não importasse tanto quanto o pequeno universo que construímos no nosso quarto.

Mesmo assim, lembro que decorei a casa em novembro. Não porque imaginava que ela chegaria antes do previsto, mas porque sempre gostei de começar cedo. Colocar as luzinhas na árvore me dava um tipo de paz que não consigo explicar. E naquele ano, mais do que nunca, eu precisava disso.
Este ano foi diferente. Não houve pressa, não houve improvisos. Nossa casa estava pronta para nos receber e para nos permitir criar novas tradições. Desde o início de novembro, a árvore já estava montada, as luzinhas no lugar. Acho que decorar a casa cedo virou mais do que um costume, é quase um ritual de preparação para algo mágico.
A Cora, agora maiorzinha, não participou da montagem da árvore, mas estava por perto, observando tudo com aqueles olhinhos curiosos. Ver o brilho dela ao olhar para as luzes foi o suficiente para me emocionar. Não sei se é o Natal ou a maternidade que tem esse poder de nos deixar mais sentimentais, mas naquele momento percebi que o Natal nunca mais seria o mesmo. Ele agora tinha mais significado, mais propósito.

No dia de Natal, optamos por algo simples. Não houve ceia elaborada, nem pratos complicados. Era só um almoço, mas foi preparado com carinho. A mesa estava decorada, e a Cora, estava ali com a gente. Acho que é isso que faz toda a diferença: ela estava presente.




Depois do almoço, veio aquele momento que eu sempre espero. Há anos, assistir ao filme Esqueceram de Mim faz parte da minha tradição de Natal. Este ano, quis compartilhar isso com a Cora em nosso primeiro Natal em casa. Ela não assistiu muito — só uns cinco minutos, porque ainda não tem contato regular com telas —, mas o suficiente para ficar encantada com as luzinhas piscando na TV. É engraçado como, para ela, tudo parece novo e mágico.


À noite, depois que ela foi dormir, fiquei na sala, só eu e a árvore iluminada. Era aquele tipo de silêncio que não pesa, que acalma. Pensei nos Natais passados, na bagunça boa da casa dos meus pais, e comparei com este novo momento. Foi simples, mas foi nosso.
O que me marcou no primeiro Natal em casa, foi a sensação de pertencimento. De estar criando memórias que serão parte da história da Cora. Talvez ela não lembre deste Natal em específico, mas tenho certeza de que, de alguma forma, ele já está moldando como ela vai enxergar essa época do ano no futuro.
Agora, olhando para as luzinhas da árvore que insistem em piscar, sinto que o Natal realmente é sobre isso: a mágica que criamos nos momentos simples, nos detalhes que poderiam passar despercebidos, mas que escolhemos guardar no coração.
Karin Paredes
Clay!
Estava respondendo comentários antigos do meu blog e me deparei com um comentário seu de 2018 que eu nunca tinha respondido. Aí decidi vir aqui ver como as coisas estavam (ai como eu amo blogs).
Me deparei com uma Clay mamãe de um bebe de um ano já.
A Karin aqui também é mamãe recente e fiquei tão encantada com o seu relato de Natal.
Nos últimos anos estava bem desanimada com essa época. Comemorava normal, mas sem aquele encantamento de antes. É incrível como esses serzinhos fazem tudo mudar e nos dar uma nova perspectiva para as coisas. O que é banal se torna importante, e o que achávamos importante se torna banal.
Obrigada por compartilhar o seu relato natal .
Mil beijos!
chic
Adorei teu Natal cm Cora ,que é um amor, uma bonequinha linda!!!
beijos, tudo de bom,chica
Clayci Oliveira
OBRIGADA =d
Débora
Que linda postagem, Clayci. Foi uma delícia ler! Realmente o natal é uma época mágica. Que lindas lembranças você está criando para Cora e com Cora. <3 Que venham mais natais lindos e felizes!