Nem acredito que consegui finalizar “Wolfsong”! Parece mentira, mas depois que me tornei mãe, ler um livro de 200 páginas é uma vitória para mim! E quando vi que consegui devorar um com mais de 500 páginas, tive que comemorar. Porém, apesar de amar esse autor e ter favoritado outros livros dele, dessa vez me incomodei bastante com a leitura. E já adianto que você vai encontrar muitos spoilers nesse post!
Ao mergulhar nas páginas de “Wolfsong”, uma experiência que eu aguardava ansiosamente, encontrei-me em um ambiente repleto de nuances intrigantes. Embora a conexão com a história não tenha me conquistado tanto, há um brilho nas relações familiares e na envolvente presença de lobisomens e bruxos.
A trama é narrada no ponto de vista de Ox, um rapaz reservado, desajeitado com as palavras, um tanto lento e marcado pelo abandono do pai. Ao ver seu progenitor partir, Ox assume o papel de “homem” da família, buscando apoiar a mãe. É desse jeitinho que ele se encontra em seu primeiro emprego aos doze anos, trabalhando em uma oficina de carros, cercado de homens mais velhos que o acolhem e ajudam a lidar com essa fase.
As coisas começam a mudar quando Ox conhece os Bennett. Uma família misteriosa, mas sempre gentis com ele. E a convivência com essa família, faz com que Ox seja notado e amado pelo o que realmente é. Entre as partes brilhantes da história, a construção da família e o toque constante, tanto emocional quanto fisicamente merece todo o destaque. A beleza da ligação e a atenção dedicada aos personagens principais e secundários são notáveis.
Wolfsong”: Uma Jornada de Amor, Família e Escolhas Inesperadas
Agora vem o spoiler! Contudo, uma das coisas que me incomodou – fora o romance – foi a limitação do ponto de vista. A introdução tardia do ponto de vista de Joe e a separação entre os personagens prejudicaram o meu envolvimento. Sem falar que a disparidade de idade entre Joe e Ox me causou desconforto, especialmente considerando que Joe era uma criança de 10 anos quando se conheceram, tornando estranha a mudança de sentimentos de Ox. Embora Joe inicialmente tenha demonstrado possessividade, interpretada como uma busca por segurança devido a traumas, a amizade entre uma criança e um adolescente já parecia peculiar. Mesmo que o romance tenha se desenvolvido quando Joe atingiu 17 anos, minha dificuldade em aceitar essa dinâmica persiste, apesar do contexto da história.
A escrita, embora eu tenha marcado vários trechos tocantes, permaneceu estática, não refletindo as mudanças ao longo dos 10 anos abrangidos pela história. “Wolfsong” pode não ter atingido todas as expectativas, mas permanece uma jornada intrigante.
Vi algumas resenhas e notei que algumas pessoas compararam a trama como uma versão gay de “Crepúsculo”. Porém, não sinto que essa comparação seja muito justa. Esta é uma narrativa que transcende rótulos, explorando amor, perda, amizade e família. Em “Wolfsong”, temos uma alcateia que oferece aceitação, lealdade e esperança, algo que não senti em “Twilight” (e olha que eu amo a história, hein?)
Em “Wolfsong”, temos uma jornada de abandono, amizade e escolhas inesperadas com uma família de lobisomens. O autor cativa com uma narrativa envolvente, personagens cheios de camadas e o poderoso tema da “família encontrada” e laços. Dessa vez não sei 5 estrelas, mas sigo amando e lendo tudo o que eu ator publica por aqui.
Já conhecia?
Wolfsong
TJ Klune
- Editora:
- Morro Branco
- Autoria:
- TJ Klune
- Páginas:
- 560