Junho chegou como quem abre a janela devagar, deixando o ar mais frio entrar aos pouquinhos. Por aqui, os dias têm sido uma mistura de rotina, pausas necessárias e pequenas descobertas que, mesmo discretas, têm me feito sorrir. Decidi registrar alguns momentos que aqueceram meu coração neste mês — não necessariamente grandes eventos, mas cenas simples que me lembraram de respirar mais devagar. Talvez você se veja em algum deles, talvez só sinta vontade de olhar com mais carinho pro que está ao seu redor também.
Tem dias que tudo o que eu preciso cabe num quadrado pequeno: um livro conhecido, um café bem feito e a calma de estar em casa. Enquanto folheava Orgulho e Preconceito, o disco antigo do Sinatra descansava ao lado, como se completasse o cenário. Entre letras e melodias, encontrei aquele tipo de silêncio que aconchega.
Ela deitou assim, com o rostinho encostado, e ficou me olhando com esses olhos que dizem mais do que qualquer palavra. Não falou nada, mas naquele silêncio, disse tudo. Tem um tipo de amor que só a maternidade conhece, esse que chega devagar, mas preenche tudo. Ver Cora assim, tranquila, em paz, me faz lembrar que estar presente é mais valioso do que qualquer plano. São nessas pausas suaves que eu sinto: ela confia em mim com o corpo inteiro. E eu só quero que o mundo seja gentil com ela do mesmo jeito que ela é comigo.
Minha trilha sonora preferida mora nesse canto. É onde deixo a saudade tocar enquanto arrumo as ideias. Frank Sinatra canta e eu me lembro que os dias lentos também contam histórias.
Tem um ritual que me faz sentir em casa, não importa o dia da semana: preparar café com calma. Escolho minhas xícaras preferidas, esquento a água devagar e deixo o aroma tomar conta do ambiente. É mais do que uma bebida, é um momento só meu, um respiro no meio da rotina. Gosto de pensar que cada detalhe aqui carrega uma intenção: o coador de pano, a chaleira, a florzinha seca no cantinho. Tudo parece sussurrar que a beleza está mesmo no simples.
Tem dias que a receita nem precisa sair perfeita. Só de sentir o cheiro do forno ligado e ver a cozinha ganhando vida, meu humor muda. Fazer pão virou meu jeito de dizer “tô aqui”, mesmo que só pra mim.
E por aí, quais foram os pequenos momentos que aqueceram o seu mês?
Se quiser compartilhar comigo, vou adorar ler. A gente anda tão correndo que às vezes esquece o quanto esses fragmentos de calma também valem ser guardados.
