O que espero de 2025? Chega essa época do ano e meu algoritmo não falha. É só abrir qualquer rede social que lá estão eles: os perfis cheios de listas, planners novinhos, canetas coloridas organizadas em degradê, tudo pronto para o próximo capítulo do livro da vida. E, confesso, bate aquela invejinha boa. A sensação de quem tem tudo sob controle, sabe? Como se cada caixinha do planner garantisse que o ano será impecável.
Já fui essa pessoa. Amava criar meu próprio bullet journal, o famoso bujo. Horas dedicadas a desenhar tabelas, fazer colagens, escolher as cores certas para cada mês. Tinha algo de mágico em colocar minhas ideias no papel, como se isso tornasse meus planos mais reais. Mas, aos poucos, esse hobby foi ficando de lado.
A vida aconteceu. Veio a correria, as prioridades mudaram, e de repente sentar com um caderno e organizar meus pensamentos parecia um luxo que eu não podia me dar. Entre compromissos de trabalho, casa, e as mil demandas diárias, planejar a semana virou uma tarefa feita no improviso. Nada de canetas bonitas, nada de colagens. Era tudo mental, às vezes anotado no celular de forma apressada, e pronto.
O que 2024 me trouxe
Esse ano veio para me sacudir de várias formas. Ele trouxe desafios que eu não esperava. Houve momentos em que me senti perdida, como se estivesse caminhando em um terreno onde nada fazia sentido. Tive que lidar com algumas decepções, aquelas que nos fazem questionar se estamos no caminho certo. Algumas situações me deixaram sozinha e com medo, tentando entender como seguir em frente.
Por outro lado, 2024 também me deu presentes que dinheiro nenhum poderia comprar. Foi o ano em que eu pude estar presente em cada descoberta da minha filha. Cada sorriso, cada palavra nova, cada pequeno grande passo. Acompanhar o crescimento dela de perto me lembrou o que realmente importa: estar ali, por inteiro, para as coisas que fazem a vida ter sentido.
O que espero de 2025
E agora, com 2025 batendo na porta, fico pensando: o que espero desse novo ano?
Não quero mais fazer promessas que sei que não vou cumprir. Não quero planos grandiosos, folhas impecavelmente preenchidas ou metas que só servem para me cobrar ainda mais. Quero o simples. Que 2025 tem para me oferecer, mas quero recebê-lo com as mãos abertas, sem a pressão de controlar tudo.
Quero tempo para voltar às coisas que me fazem bem, como sentar com um caderno e deixar meus pensamentos fluírem, nem que seja por cinco minutos. Ohar para as pessoas que amo e realmente enxergá-las, sem a distração constante da pressa. Quero dias leves, daqueles que não precisam ser perfeitos para serem especiais.
Se 2024 me ensinou algo, foi a importância de aceitar os altos e baixos. Nem todos os dias serão bonitos, e tudo bem. Algumas páginas do meu ano passado ficaram em branco, outras foram rabiscadas de forma confusa. E, sabe? Isso também faz parte.
Então, em vez de um planner impecável, talvez eu volte a criar algo mais imperfeito, mais meu. Talvez eu não consiga planejar cada detalhe da minha semana, mas quero me permitir voltar ao hábito de sonhar no papel, mesmo que o resultado seja cheio de borrões. Porque, no fundo, é isso que espero de 2025: a liberdade de ser quem sou, com todos os meus rascunhos e inacabados.
Deixe 2025 surpreender
Quero um ano em que eu possa acolher tanto as surpresas boas quanto as difíceis, sem me cobrar por respostas prontas. Um ano que me permita respirar fundo e aproveitar os pequenos momentos que muitas vezes passam despercebidos. Quero um ano que me lembre de que nem tudo precisa ser planejado para ser incrível.
E você? O que espera de 2025? Talvez, assim como eu, você também esteja reavaliando suas prioridades. Se esse for o caso, te convido a fazer o mesmo: abrir espaço para o novo, para o inesperado. Deixar que o ano te surpreenda e, quem sabe, te mostre que a beleza da vida está justamente no que não conseguimos prever.
Porque, no final, é isso que torna tudo mais especial.