Estou farta de sustentar coisas que não podem ser sustentadas. De tentar controlar o que não pode ser controlado. Estou farta de negar a mim mesma o que desejo por medo de quebrar coisas que não posso consertar. Elas vão quebrar independentemente do que eu fizer.
O. Circo da noite

Nem sempre a gente percebe quando começa a se afastar do que costumava trazer calma. É sutil. Um dia você se vê envolvida em uma coisa que ama, no outro, tá apagando incêndio antes do café esfriar. Quando vi, eu já não lembrava a última vez que fiz algo só por gosto. Só por mim.
Fui deixando de lado aquelas coisinhas que sempre me faziam bem. Escrever só por escrever. Tirar foto da luz bonita entrando na sala. Bordar sem pressa, sem pensar em mostrar pra ninguém. Cozinhar ouvindo música antiga. Fazer por fazer, sabe? Só porque gostava. Aos poucos, tudo foi virando função. E o que antes era prazer virou lista.
Postar, entregar, responder, planejar… repetir
E eu sei que nem tudo que a gente gosta precisa ser hobby produtivo. Mas às vezes, mesmo as coisas que a gente ama, ficam sufocadas entre uma tarefa e outra. Não porque a gente deixou de amar. Mas porque a rotina não deixou espaço.
Foi só quando parei de tentar “dar conta” de tudo que essas vontades começaram a reaparecer. No meio da bagunça mesmo. Durante a soneca da Cora; no café feito no meio do dia. E foi assim, aos pouquinhos, que eu comecei a gostar de novo do que antes me fazia bem.

Hoje, tô resgatando meus pequenos rituais. Mesmo que sejam interrompidos, inconstantes… eles ainda são meus. E neles, encontrei um jeito de gostar de novo das minhas próprias pausas.
E aos poucos, quero compartilhar mais disso por aqui também.
Quem sabe, no meio dessas trocas, você também não encontra espaço pra gostar de novo do que é só seu?



Luma
Eu sinto um pouco de raiva da minha rotina simplesmente me consumir. De eu não ter cérebro pra produzir as coisas que eu gosto simplesmente porque as obrigações diárias ocupam 100% do espaço mental. Mas uma horas as coisas se resolvem, até lá, paciência! Feliz por vc <3
Gabriela Miranda
Clayci, eu gosto muito de ler os seus textos. Acho que eles são para mim este momento de pausa, de fazer algo que me descansa e encoraja. Ah, e eu sou apaixonada pelo seu cantinho do café! Meu sonho é ter um assim na minha casa. Um abraço para você e para a Cora.
Paola
Nossa, como me identifico com esse post! Quando a gente menos espera: soterrada, sugada pela rotina e pelo modo automático. “Ir levando” as coisas e as relações assim mesmo e um dia acorda – opa! Quando isso tomou forma?
Haja terapia pra estar consciente dessas coisas, mesmo que “tarde” e não deixar essa bola de neve aumentar
paolaprates.com
Lary Zorzenone
Oi Clayci. Eu me identifico muito com isso, infelizmente. Eu estou me permitindo, aos poucos, voltar a amar as coisas que eu amo, me permitir ter tempo para mim mesma porque, sejamos honestas, arrumamos tempo para basicamente tudo, então porque o tempo para nos cuidarmos é inexistente? Estou tentando voltar a escrever. Vou começar com meia hora diária, depois vamos vendo como fica hehe.
Boa sorte a ti para retomar as coisas que ama sz
Beijinhos
Lary’s Life
Aline Amorim
Tão bom ler esse post..
eu ainda estou vivendo no caos da novidade da maternidade (tem um ano já, socorro! hahaha) e esquecendo das maioria das pequenas coisas que gostava de fazer antes.
Mas adquiri um novo hobbie: há um mês comecei a montar um quebra-cabeça de 1000 peças e mesmo que monte uma peça a cada vez eu tenho conseguido um momento de paz comigo mesma.