A primeira coisa que eu fiquei com vontade de fazer quando terminei a leitura de “A casa no mar cerúleo” foi preparar as minhas malas. Sinto que passar um tempo no orfanato de Marsyas e conviver com aquelas adoráveis crianças, iria mudar a minha vida.
A casa no mar cerúleo é um livro encantador que fala sobre aceitação, pertencimento e em como precisamos aprender com as diferenças. O livro me conquistou logo de cara e destaquei várias cenas, mas quando cheguei no trecho “O mundo é um lugar estranho e maravilhoso. Por que devemos tentar explicar tudo isso? Para nossa satisfação pessoal?” eu simplesmente me entreguei e entendi que eu realmente precisava dessa leitura.
O que acontece quando um homem que sempre seguiu as regras, decide ouvir o seu coração?
Linus Baker leva uma vida sossegada e solitária. Aos quarenta anos, ele vive em uma casa minúscula com uma gata malandra e seus velhos discos. No trabalho, é responsável por supervisionar orfanatos do governo.
Porém, tudo muda quando Linus é convocado para cumprir uma tarefa notável e altamente confidencial: visitar o Orfanato de Marsyas, onde moram seis crianças extraordinárias: uma gnoma, uma sprite, uma serpe, uma bolha verde não identificável, um canisomem e o Anticristo. Sua missão é determinar se essas criaturas são ou não capazes de trazer o fim dos tempos.
O responsável pelas crianças é o enigmático Arthur Parnassus, disposto a fazer qualquer coisa para manter seus órfãos em segurança, mas à medida que Linus e Arthur se aproximam, segredos há muito guardados vêm à tona. Então, resta a Linus tomar uma decisão irrevogável: destruir um lar ou assistir ao mundo sucumbir.
Conhecendo e se encantando por estas crianças extraordinárias
Linus sabia que não teria dificuldades em lidar com essa missão. São anos trabalhando nessa função e apesar de todo o mistério, era só seguir as regras e entregar os relatórios solicitados. Mas ao conviver com as crianças, compreendeu que aquele lar era tudo o que elas tinham.
A primeira criança que encontramos na ilha é Talia. Ela é um gnomo e preciso ressaltar que ela ira ameaçá-lo diversas vezes. Entretanto, se você der uma chance, vai notar que Talia é cativante e faz de tudo para proteger as pessoas que ama. Eu queria ter algumas aulas de jardinagem com ela.
Phee é uma sprite que está aprendendo a lidar com os seus poderes. Você pode achá-los assustadores no início, porém eles são tão necessários! Ela os usa para fazer crescer e manter a vida na ilha.
Como posso falar de Theodore? É a serpe mais fofin que existe. Ele não fala, mas se comunica como ninguém. Se você quiser visitar a ilha, recomendo levar vários botões para aumentar a coleção dele. Já coloquei vários na minha mala e espero conquistar a sua confiança para conhecer o esconderijo.
Já Chauncey é uma bolha verde desconhecida. Não sabemos exatamente o que é, por isso acaba assustando as pessoas devido à sua aparência. Contudo, ele é o mensageiro mais gentil que você vai conhecer na vida. Confiaria cegamente nele!
Um pouco dos meus queridinhos!
Mesmo me apaixonando por todas as crianças do orfanato, Sal e Lucy foram os que mais mexeram comigo. Sal é um “canisomen” gentil, mas ao mesmo tempo solitário. Todos os personagens carregam algum trauma na história, mas os de Sal se manifestam em metamorfose. Ele se transforma em um cachorro quando fica com medo. Ele não fala muito em voz alta e usa a escrita como processo de cura. Realmente me apaguei ao Sal! Quis abraçá-lo tantas vezes e dizer que vai ficar tudo bem.
Da mesma forma, Lucy (o anticristo) se tornou o meu favorito. O personagem de Lucy mostra o que as outras pessoas querem que você seja, não o que você é. Teve algumas cenas em que fiquei mal e pude sentir o peso que ele carrega, sabe? Impossível não amá-lo e não querer protegê-lo, entendo o Arthur e agradeço por isso.
Eu realmente chorei com esta leitura e sei que irei reler em algum momento. A história é simples, mas há tantas mensagens memoráveis. Os personagens tem várias camadas e todos lidam com a intolerância e o preconceito. A casa no mar cerúleo mostra de uma forma gentil, como alguém pode encontrar sua voz em meio a tanto ódio e a usá-la. O livro fala sobre amor, amizade e a família que escolhemos! Aquela sensação maravilhosa de poder encontrar um lugar e pessoas que irão te aceitar e te amar do jeito que você é.
A casa no mar Cerúleo
TJ Klune
- Autoria:
- TJ Klune
- Editora:
- Morro Branco
- Páginas:
- 384
Lady Sybylla
Este livro também se tornou um dos meus favoritos! Não pensei que me apegaria tanto àqueles personagens como me apeguei. Lindo demais! ????
Lua
Adorei a resenha, feliz que vc mantém o blog atualizado ?
Luly Lage
Ai, Clayci, que livro mais emocionante! Sei lá, ler suas palavras sobre ele, as características de cada criança – que vontade de abraçar o Sal(!) -, sua relação com isso tudo… Uma história tão peculiar, nunca tinha ouvido falar de algo parecido, com toda essa mensagem de que o estranho está no olhar do outro, e não na pessoa em si. Sério, obrigada por essa recomendação, eu não conhecia e agora quero muito ler!
Mands
Meu Deus que livro fofo! Adorei a premissa e amei ler as suas considerações e confesso que fiquei muito interessada pela história!
beijinhos ?
Renata Carvalho
Me pareceu ser o tipo de leitura que você precisa estar preparado para o baque que ele vai te causar de tão intenso que é, mas um baque positivo. Eu fico encantada (e chocada) com esse tipo de história.
Adorei a indicação e mais ainda sua resenha!
Beijos,
Livro de Memórias