Tenta encarar as coisas da seguinte forma: nas histórias em quadrinhos, existem duas maneiras de se tornar um herói. Ou é inato ou é adquirido. Há tanto o Superman, que nasceu daquele jeito, quanto o Homem-Aranha, que se tornou o que é.
Vilão
Comecei a leitura de Vilão sem muitas expectativas. Esse foi o meu primeiro contato com a V.E. Schwab e eu só queria entender a hype de suas obras. Entretanto, não fazia ideia de que iria me envolver com história a ponto de ter dificuldades para falar sobre. Vilão é um livro perfeito para refletir sobre o bem e o mal por horas. Afinal eles são apenas os pesos de uma mesma balança. Tudo é uma questão de perspectiva, não é mesmo?
Sempre que escuto alguém usando o termo “Os fins justificam os meios” para validar um argumento, reparo no contexto que essa frase foi usada. Afinal, Maquiavel sugere que são os nossos valores finais – os que realmente nos importam – as justificativas para termos agido de tal forma.
E por incrível que pareça, finalizei a leitura com essa frase martelando na cabeça. Não sei se já cheguei a comentar por aqui, mas eu amo a ideia de anti-heróis em uma história. Eu gosto de ter a liberdade de escolher os personagens que devo “amar” e “odiar” sem julgamentos. E quando a trama gira em torno de valores legítimos, não consigo largar o livro. Dificilmente você verá alguém admitir que precisou mentir, ser desonesto e até mesmo ser violento para conquistar algo. Por isso fica mais fácil usar a frase de Maquiavel e parecer ético.
Vilão me fez refletir sobre as coisas que realmente são importantes na minha vida.
Alguém poderia muito bem se dizer um herói e mesmo assim sair por aí matando dezenas de pessoas. Outro poderia ser rotulado de vilão por tentar impedi-lo. Muitos humanos eram monstros, e muitos monstros sabiam fingir humanidade.
Vilão
A amizade entre Victor e Eli é baseada na sutileza e perspicácia. Quando Eli escolhe um tema bem peculiar para a conclusão do seu curso, Victor encontra uma forma dos dois se sobressaírem. Isso tudo, porque Eli decidiu estudar os EO (ExtraOrdinários), pessoas com dons especiais, criados de circunstâncias traumáticas.
Todos da turma – inclusive o professor – acharam a escolha do tema ousado e curioso. Até então, nenhuma teoria havia sido criada; e não existia nada comprovando a existência desses poderes sobrenaturais. Eles não tinham ideia do que seria descoberto durante as pesquisas: Os EOs eram uma possibilidade real. Agora eles só precisavam comprovar a teoria para expor essa descoberta.
Brincando de ser Deus

Não seria fácil provar que eles estavam certos. Os sacrifícios que eles tiveram que fazer para alcançar essa transformação, trouxe consequências irremediáveis. Victor foi para a prisão por causa do seu melhor amigo e Eli escapou com um objetivo em mente.
Ao se transformar em um EO, Eli começou a se questionar sobre seus poderes e a sua fé. Foi então que passou a dedicar a sua vida a eliminar pessoas como ele. Já Victor, dedicou a sua vida à vingança. Foram anos preso, planejando como iria acabar com o seu melhor amigo.
O que eu mais gostei dessa história foi a imperfeição dos protagonistas Victor e Eli (assim como os personagens secundários) são confusos, orgulhosos, repulsivos em alguns momentos, HUMANOS. Logo no início da trama, sabemos que Victor fugiu da prisão e que Eli se tornou inimigo. Mas para juntar as peças e compreender seus poderes, a obra vai e volta no tempo. Alternamos entre o presente e quando os personagens se conheceram, dez anos atrás.
Quem é o vilão?
A premissa de que heróis e vilões nascem do trauma e são construídos a partir dele é genial. Em Vilão, os poderes se relacionam diretamente às suas personalidades e ao momento em que eles viveram uma experiência pós morte.
Fiquei refletindo e me questionando sobre as ações de todos os personagens enquanto eu lia. Não existe uma resposta certa! Victor e Eli são imperfeitos e complexos. E quanto mais conhecemos as suas motivações, percebemos que o ser humano pode ser cruel, mesmo quando tem “as melhores das intenções”. A autora mostra como é possível manipular o que acreditamos e justificar qualquer ação como se fosse algo bom/positivo.

Estou com vontade de ler a sequência, sem falar que fiquei sem palavras com aquele final. É uma fantasia que recomendo muito e entrou para a minha lista de favoritos. Já leram?

Vilão
V.E. Schwab
- Autoria:
- V.E. Schwab
- ISBN:
- 9788501113726
- Editora:
- Record
- Páginas:
- 364
lendocomnatalia
Nossa, eu amei esse post! Eu amo esse livro, acho que é o melhor da autora (eu não li todas obras dela mas ainda sim mantenho essa opinião huehue)
Clayci Oliveira
haha esse foi o primeiro que li dela e amei demais
Depois de LaRue, ele ficou em segundo lugar por aqui hauhauha
mas AMO
Mara Santos
Clayci, já tinha lido outras opiniões sobre esse livro e ficado com vontade de ler, mas tava achando um hype grande também. Depois de ler a sua opinião e ver ele sob uma nova ótica, acho que é um livro que merece ser lido.
ANA PAULA ARAUJO DE SOUZA
Nossa, que resenhão da poha hein?!
Eu queria muito ler esse livro e até ganhei vaucher de 50% de desconto pra comprra no site da Record, mas o site é ruim d mais da conta e a entrega nem se fala. Aí meio que brochei…. Vou esperar surgir uma promo na Amazon pra comprar e ler!
Parabéns pela resenha e obrigado pela dica!
Clayci
Muito obrigada
Camila Faria
Oi Clay! Esse é o tipo de livro que eu não escolheria espontaneamente numa livraria, especialmente por se tratar de uma fantasia, Mas acho muito válida e interessante essa discussão sobre o anti-herói, me interessa muito esse tema. Desanimei um pouco quando soube que tinha sequência, mas acho que super leria, viu? Adorei a resenha. Um beijo :*