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The End of the F***ing World não é tão superficial quanto parece

Como se eu não tivesse muitas séries atrasadas para assistir, decidi iniciar mais uma. The End of the F***ing World só passou na frente da fila por causa do seu tamanho. São apenas 8 episódios de 20 minutos aproximadamente e fiquei curiosa para conhecer os personagens principais depois de ver o trailer.

E o que indicava ser sombrio e sangrento, acabou se tornando em algo “leve” e divertido. É claro que há várias cenas sinistras e sem noção, no entanto, o foco não está nas situações improváveis que os dois adolescentes irão se meter, mas sim em como lidarão com elas.

James tem 17 anos e acredita ser um psicopata. Nos primeiros minutos da série temos flashbacks de uma criança (de aproximadamente 9 anos) matando animais e mergulhando a sua mão em óleo quente para saber se era capaz de sentir alguma coisa. Acontece que James cresceu e quer tentar algo novo, por isso decide matar algo maior.

Alyssa é o seu alvo. Ela odeia a sua escola, os seus amigos e o marido da sua mãe. Seu padrasto é assustador, porém o que mais irrita a jovem é a forma com que a sua mãe lida com essa situação. Sua mãe não tem voz, não toma iniciativa e aceita tudo o que seu padrasto faz. Alyssa se cansa da vida que leva e decide fugir deixando tudo para trás. E James será a sua companhia (que só aceita porque pretende matá-la no trajeto).

The End of the F***ing World não é tão superficial quanto parece

Foto: Divulgação

No inicio a única coisa que eles tem em comum é a ausência de um dos seus pais biológicos. O pai de Alyssa foi embora e a deixou com a mãe; já a mãe de James morreu e ele foi criado pelo pai. Entretanto a explicação sobre a ausência de ambos, será revelada no decorrer da série enquanto eles viajam juntos.

O que era para ser apenas uma aventura de dois adolescentes ao fugir de casa, se torna um pesadelo. Nós ouvimos os seus pensamentos e é assim que entendemos (ou pelo menos tentamos) as suas motivações. Enquanto James afirma não sentir nada, Alyssa sente tudo e de forma profunda. A jovem acredita que James é o cúmplice perfeito para continuar com o seu plano e ir embora da cidade que tanto odeia.

Por mais que James queira executar o seu plano original de matar Alyssa, ele vai adiando e deixando que ela o guie (e ás vezes apenas fazendo o que ela manda). Afinal, pela primeira vez, ele estava começando a sentir alguma coisa. E esse sentimento fica claro, quando… opa, se eu contar, terei de te matar também (no spoilers). Cedo ou tarde alguma coisa dará muito errado, é óbvio.

The End of the F***ing World não é tão superficial quanto parece

Foto: Divulgação

Acontece tanta coisa maluca no decorrer dos episódios, entretanto a série deixa de ser superficial quando isolamos as ações dos adolescentes e analisamos o passado deles. No fim, eles descobrem que possuem muitas coisas em comum e enxergam refúgio um no outro. Eles são violentos, cada um a seu modo, mas como a trama deixa claro, também sofreram violências de diversas formas e estas foram se acumulando no decorrer dos anos.

Algumas violências são reveladas em flashbacks para o público: negligência, tentativa de estupro, trauma, violência doméstica. Há uma cena em que a personagem Alyssa está no carro  (que eles roubaram) e desabafa para si mesma que tudo parece ser tão simples. Mesmo sabendo que as suas atitudes são erradas, a jovem se sente aliviada por viver esse momento de “liberdade”, longe de tudo que já te fez mal.

Enquanto James descobre o que já desconfiávamos desde o primeiro episódio: ele é capaz de sentir, sim! E todo aquele perfil de psicopata (e até mesmo sociopata, como Alyssa apresenta) é ignorado quando descobrimos que eles apenas sofrem as consequências de uma família disfuncional e que precisam urgentemente de ajuda. The End of the F *** ing World” não é apenas sobre a paixão de dois adolescentes que estão insatisfeitos com o mundo, é também sobre compartilhar e se conectar com alguém que te faz bem e te aceita como é.

The End of the F***ing World não é tão superficial quanto parece

Foto: Divulgação

Fiquei triste por ter finalizado a série tão rápido e não sei se terá uma segunda temporada. Mas preciso admitir que acho desnecessário. A série foi baseada nos quadrinhos de Charles Forsman e apesar de não ter lido, vi que os episódios terminam junto com a história. O que pode acontecer é a roteirista explorar e criar algo em cima, será que rola? Contudo confesso que estou curiosa para saber o que irá acontecer com James e Alyssa.

Se você ainda não assistiu The End of the F *** ing World super recomendo. Veja o trailer da série:

VEJA O TRAILHER DE THE END OF THE F***ING WORLD

https://www.youtube.com/watch?v=7eGpLDJO1Is

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comentários

  • Marijleite

    Meu plano pro final de semana será assistir essa série, pois pelo seu post e pelos outros que já vi sobre ela, achei esses personagens “quebrados” super interessantes.

    responder
  • Lucy

    Olá!
    Já tinha ouvido falar dessa história e estou bastante curiosa. Quero organizar as séries da Netflix pra ver, porque mesmo as séries mais curtas eu acabo negligenciando, e uma delas é justamente essa.
    Bjos
    Lucy – Por essas páginas

    responder
  • Luciana Midory

    Quando eu assisti o primeiro episódio eu achei que o seriado ia ser meio boring, mas continuei porque vi alguma thumb e queria saber como eles iam chegar naquela situação. No final das contas, a série acabou me surpreendendo e, quando dei por mim, já estava no último episódio, torcendo para que tudo desse certo pros dois, ahahaha! A série não me surpreendeu a ponto de amá-la, como aconteceu quando assisti American Vandal, por exemplo, mas mesmo assim foi melhor do que eu esperava e tenho certeza que, se eu fosse adolescente, ia gostar ainda mais.

    Achei muito interessante a sua colocação de que “enquanto James afirma não sentir nada, Alyssa sente tudo e de forma profunda”. Essa frase define perfeitamente os dois e a série <3

    Mas eu espero que não tenha uma segunda temporada, ahahahaha! Acabou bem, tá bom assim 🙂

    responder
    • Clayci

      Ahhhh eu ainda não assisti American Vandal, acredita? Quero muito <3

      responder
      • Luciana Midory

        Assista, acho que foi a minha preferida do ano passado ahahaha!

        responder
  • Dai Castro

    A série me atraiu por ser bem curtinha, estou evitando começar series muito longas (ok, não resisti a vikings, mas ai é outra história hahaha) A premissa me deixou curiosa, acho que vai ser aquele tipo de série que surpreende ao retratar um tema mais pesado de uma maneira mais esquisita e divertida haha
    Beijos!
    Colorindo Nuvens

    responder
  • Lara xavier

    Eu ja vi essa serie na netflix e confesso que não tenho interesse em series adolecentes então vou deixar a dica passar dessa vez.

    responder
  • Beatriz Andrade da Silva

    Eu estou com essa série na minha lista e estou esperando um tempinho para poder continuar. Gostei muito de ver você falando sobre ela e fiquei até mais curiosa. Acho que vou acabar maratonando. Parece ser uma série boa e espero gostar dela.

    responder
    • Clayci

      Ahhh espero que consiga assistir, me diz depois o que achou <3

      Beijos

      responder
  • Thaís

    Clayy do céu, eu não tava dando nada pra essa série e seu post me fez ter muita vontade de assistir! Não tinha vistos alguém falar tão profundamente sobre a série e mostrar um outro lado da história.
    Por ser pequena, colocarei na minha lista e logo sei que terminarei.
    Volto pra dizer o que achei. Obrigada pela dica!

    Um beijo.

    responder
    • Thaís Regina Ferreir

      Voltei pra avisar que assisti pela sua ótica e achei uma série até que boa. Fiquei incomodada com o enfoque no romance, mas realmente dá pra aos poucos entender cada atitude que os personagens tomam e os traumas anteriores que eles carregam.
      Obrigada pela indicação!

      responder
      • Clayci

        Ahhh que bom que conseguiu assistir.
        No inicio eu tbm me incomodei um pouco, mas depois que finalizei fiquei pensando a respeito. Eles sempre foram sozinhos, né? Ao menos sempre se sentiram. E ver que eles buscaram um refugio um no outro fez com que eu aceitasse hauihauihauihauihaiuhauiha
        Mas não acho que seja necessário uma segunda temporada

        responder
  • Larissa Zorzenone

    Olá
    Eu vi o trailer da série na página da Netflix. Quando vi, até fiquei curiosa e tals, mas eu tenho outras ´series pra ver que me interessam mais que essa. Pode até ser que eu a veja, mas não por agora.

    Vidas em Preto e Branco

    responder
    • Clayci

      Oi Lari, super te entendo hhauha
      Estou cheia de episódios atrasados hahahah

      responder
  • Wanila Goularte

    Sua resenha me deu ainda mais vontade de assistir a série, que já estava na minha lista. Fiquei curiosa! hahaha

    responder
    • Clayci

      Opa, só consegui ler seu comentário agora. Mas espero que tenha conseguido assistir =D Me diga depois o que achou..
      Beijos

      responder
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