Não sei como você chegou até aqui, mas se tem intenção de ler “O Silêncio da Casa Fria” sinto que preciso te dar um conselho: não leia este livro à noite. Brincadeiras à parte (ou será que não?), este horror gótico promete – e entrega – uma trama inquietante e sombria, capaz de causar calafrios e despertar emoções.
Hospital, St. Joseph: O que será que aconteceu?
O Silêncio da Casa Fria começa no final da década de 1860 dentro de um manicômio. O Dr. Shepherd está fazendo as suas anotações diárias e tentando convencer a sua paciente de contar sua verdadeira história. Ela está cansada e desnorteada devido aos medicamentos e tratamentos horríveis que vinha recebendo naquele hospital. Mas como reclamar? Ela perdeu o seu poder de fala; e comparado a tudo o que aconteceu, o manicômio parecia um local seguro. No entanto, a paciente enxergou uma oportunidade e decidiu escrever a sua história e os eventos que ocorreram desde quando ficou viúva.
Ao se casar com o jovem e herdeiro Rupert Bainbridge, Elsie acreditava que estava destinada a viver uma vida de luxo. Entretanto, Rupert morreu poucas semanas após o casamento e de causa desconhecida. Como Elsie era a sua única herdeira, as pessoas que conviviam com o falecido desconfiaram de suas intenções. Para fugir de um ambiente hostil e com olhares acusatórios, a viúva decide se mudar para um lugar distante. Seu novo destino? A ponte. Antes dessa tragédia, Rupert havia ido na frente para preparar o ambiente. É uma mansão que pertencia à família dele e estava “abandonada” desde então.
Poucas pessoas sabiam que Elsie estava grávida. As únicas pessoas que a acompanharam nessa mudança foram: seu irmão Jolyon (que após se instalar na nova residência, precisou se ausentar para cuidar dos negócios) e Sarah (prima do seu marido). Mesmo com condições financeiras para manter aquela mansão, Elsie encontrava dificuldades para contratar empregados. As pessoas que moravam naquela região tinham medo daquela casa, que era rodeada de superstições. Por conta disso, Elsie precisou lidar com a inexperiência dos poucos que aceitaram o emprego.
Algumas portas devem permanecer trancadas
Entediada, após o velório de Rupert, a viúva decide explorar a mansão na companhia de Sarah. As duas descobrem um sótão que estava trancado e tentam arrumar um jeito de abri-lo, para espiar lá dentro. Depois de algumas tentativas, Elsie entra no cômodo e se depara com algumas relíquias de dois séculos atrás. E em decorrência dessa curiosidade, eventos perturbadores começaram a acontecer.
Um dos itens encontrados pela Sarah, foi um diário escrito em 1633 pela ancestral Anne Bainbridge; que foi queimada como uma bruxa. Nesse diário, Anne relatava o relacionamento com a sua família, além do cotidiano de uma época preconceituosa e que fazia de tudo para manter as “aparências”. Já Elsie encontrou um item curioso e que apesar de parecer inofensivo, estará presente em toda a história: os companheiros silenciosos.
A Darkside Books criou um artigo explicando a origem desse artefato. Os companheiros silenciosos eram figuras de madeiras pintadas a óleo e davam a impressão de serem esculturas tridimensionais. Apesar de não ter uma explicação clara sobre a sua utilidade, essas figuras enganavam saqueadores naquela época. Mas em o Silêncio da Casa Fria a autora usou esses itens peculiares para criar um ambiente perturbador.
“Essas imitações podem enganar os mais atentos entre nós.”
Uma história sombria e fria
Estou com uma pilha enorme de livros não lidos, por isso “O silêncio da casa fria” não estava nos meus planos no momento. Só que assim que recebi um volume dessa história, decidi dar uma folheada e quando fui ver tinha lido quase 60 páginas de uma só vez. Fazia tempo que não me sentia tão envolvida com um livro de terror.
E até agora não consigo explicar como a Laura Purcell conseguiu me deixar tão entretida com essas figuras de madeira. Eu ficava tensa quando eles apareciam na história; e a descrição dessas cenas foram tão bem escritas, que me sentia observada enquanto eu lia. Gosto de romances góticos e de todos os elementos que formam esse gênero, mas esse livro conseguiu me conquistar a ponto de questionar as minhas próprias convicções.
Ler os registros de Elsie enquanto está no manicômio e vê-la reagindo às perguntas do Dr. Shepherd, me fez ficar em dúvida sobre a sua insanidade. E isso só aconteceu porque a autora elaborou a história meticulosamente. Ela apresentou os personagens e construiu o clima no tempo certo. Por mais que a narrativa seja desenvolvida entre três momentos diferentes da história, essas passagens não são cansativas e nem confusas. Minha única ressalva é a linguagem usada no diário de Anne em 1600, senti que estava muito “moderno” para a época. Mas mesmo assim a autora mostra uma demasiada compreensão da linguagem.
O silêncio da casa fria: Prepare-se para se sentir observado
A morte, uma vez concebida, era voraz. Tomava tudo para si.
O Silêncio da Casa Fria – Laura Purcell
Elsie é forte e decidida, então – apesar da sua arrogância – gostei dela logo de cara. E todos os personagens em “O silêncio da casa fria” são importantes e carregam alguma história sombria do passado. A própria Elsie carrega um segredo que me deixou arrasada quando descobri. Porém, também temos Sarah, que não conta com mais ninguém da família, uma vez que todos já faleceram. Ainda há aldeões e vigários desprovidos e empregados solitários para compor essa gama de personagens.
Outra personagem que eu gostei bastante foi a Anne, do diário encontrado no sótão. Ela era inteligente, mas tinha suas falhas e fraquezas. E por conta de uma decisão errada, teve que sofrer as consequências daquela época ameaçadora. Sem dúvidas, O Silêncio da Casa Fria é um livro que entrou para os meus favoritos. Laura Purcell soube explorar os medos, inseguranças e transtornos ocasionados por traumas e abusos. Recomendo a leitura e sonho com uma adaptação dessa história.
Ivy Lacerda Montiel
Oiii Clayci
Que trama incrivel, eu elio tão pouco terror mas essa chamou minha atenção, quero saber se a Elsie é insana ou não e fiquei curiosa pelo que vai acontecer. Imagino a sensação ler o livro se sentindo tão imersa nesse clima gótico de terror que até como leitora se sente observada, é uma sensação que uma história de terror bem contada traz. Adorei a apa, as fotos ficaram incríveis também. Com certeza leria esse livro.
Beijos, Ivy
Kênia Cândido
Oi Clayci.
Sua opinião é a primeira que leio sobre este livro e a história parece ser bem interessante. Confesso que fiquei desejando tê-lo para conhecer a história e na minha coleção da Darkside. Porém não será uma leitura no momento porque ainda não tenho. Mas adorei conhecer um pouco da história. Parabéns pela resenha e pelas fotos.
Bjos
Larissa Dutra
Olá, tudo bem? Meninaaa, que fotos lindas, e que edição mais linda a desse livro também! Eu estou doida por esse livro, parece ser uma leitura muito interessante; tua resenha me deixou ainda mais curiosa. Adorei o post!!!
Beijos,
Duas Livreiras
Luly Lage
Eu tô muuuuuuuuuuito, muito, muito curiosa com o diário da Anne Bainbridge, em níveis estratosféricos, mesmo. Quero saber a história dela, inclusive quero um spin off só dela, se possível, mesmo sem ter lido esse livro, haahhaha. Imagino que pegando o livro e lendo MESMO as figuras de madeira se tornam mais intrigantes do que isso, mas foi o ponto que mais me pegou da sua resenha.
Tô impressionada com o quanto essa história soa bem trabalhada. Tenho vontade de me ajoelhar aos pés de autoras assim, nossa!
Mara Santos
Oi, Clayci!
Só de ler você dizendo “não leia a noite”, eu já desisto de ler rsrsrsrss Não sou muito para terror e fujo mesmo desse tipo de leitura. Ma tem livros para todos né? E tenho certeza que quem curte o gênero, vai amar!!
Erika Monteiro
Oie, tudo bem? Gente que edição mais linda. Quando pensamos que a Darkside não pode mais surpreender eles mostram que estamos errados. Achei incrível a proposta desse livro. Já imaginei essa casa enorme e fria e as coisas mudando de lugar. Nem preciso dizer que já senti um frio na barriga. Ah, que fotos mais lindas. Amei essa caneca. Um abraço, Érika =^.^=
Luana Souza
Quando eu soube que era um livro que se passava na era vitoriana já fiquei curiosa porque ainda não superei o quão legal foi ler Vitorianas Macabras. Agora, depois dessa resenha, e eu sabendo que se passa num manicômio, fiquei ainda mais doida pra ler. Sério, eu só consigo lembrar do quanto gostei da segunda temporada de American Horror Story hehe. Tenho certeza que vou amar! Ia guardar para o Halloween, ms acho que vou é ler de uma vez! E suas fotos estão lindas, moça <3
Rubi Reis
Cheguei agora e já tô amando ler seus conteúdos, sempre são os melhores!
Parabéns!
Paty
a darkside sempre nos supera né? Amo muito todos os livros que li dela, e estou curiosa para conhecer esse <3 já li várias resenhas dele mas ainda não tive oportunidade de comprar
Matheus Gouvêa
Sempre quis ler um livro de terror com foco em assombração. Quero muuuito começar com Stephen King, mas não sei qual ler (nem sei se ele escreve sobre assombrações direito kkkkkkk). A resenha ficou incrível e as fotos – meus deuses – ficaram perfeitas! Já quero dicas de fotografia! ?????