O Diário de Nisha é ambientado em 1947, no período em que a Índia conquistou a sua independência do controle britânico. Consequentemente o país foi dividido em dois: Índia e Paquistão. Essa edição linda foi publicada aqui no Brasil pela Darkside Books.
SOBRE A HISTÓRIA
Nisha – que é metade hindu e metade muçulmana – completou 12 anos de idade recentemente. Ela é uma menina quieta e introvertida; a única pessoa com quem se sente mais tranquila (além do irmão) é Kazi – o cozinheiro muçulmano da família.
Kazi a presenteou com um diário e Nisha decidiu usá-lo pra escrever para a mãe que nunca conheceu. Nisha e seu irmão foram criados pelo pai e a avó que são hindus. A jovem registra os pequenos eventos em sua vida, com o objetivo de se sentir mais próxima de sua mãe. No começo, através das suas anotações, vamos conhecer a sua rotina e a convivência com seus familiares.
Amil (seu irmão gêmeo) é um menino inteligente, mas tem dificuldades de aprendizado na escola em que estuda. Ele gosta de desenhar e faz de tudo para matar as aulas e fugir dos meninos que praticam bullying. Nisha também fala da profissão do seu pai e como isso o mantém afastado. E como sua avó convive com os dois na ausência dele.
Amil diz que é bom nos libertarmos dos britânicos, mas o que isso significa? Liberdade não é poder escolher onde se quer estar?
O Diário de Nisha
Nisha gosta de cozinhar e da companhia de Kazi
Apesar de não falar muito, Nisha se sente confortável na presença de Kazi. Em seu diário, a jovem compartilha a sua paixão pela culinária e a paciência dele ao ensiná-la. Entretanto, os seus registros começam a ficar mais sérios quando surge a notícia sobre a partição. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo, pois os adultos da casa omitiam esse tipo de informação. Tinha que ouvir pelos cantos e juntar as palavras que escutava para tentar compreender.
Sua família estava correndo perigo. Já não era mais seguro continuar onde estavam. Por ser hindu, eles teriam que deixar aquela casa e se mudar para Jodhpur, que fica na Índia. Eles terão que fazer uma longa viagem a pé para alcançar o novo destino e correr riscos nesse trajeto.
MINHA OPINIÃO
Quando você divide as pessoas, elas escolhem lados.
O Diário de Nisha
Terminei esse livro chorando e com vontade de abraçar Nisha. Antes de se mudarem, à medida que os incidentes violentos aumentaram contra os hindus, me emocionei com os registros. Ver a história narrada na perspectiva de uma criança, fez tudo ficar ainda mais comovente. Nisha e Amil não podiam mais frequentar a escola e a casa deles foi invadida. A família foi forçada ir para a Índia a pé, depois de ouvir sobre a violência entre hindus e muçulmanos na estação de trem, a caminho da fronteira.
Nisha é uma personagem fascinante e quando soube, que no meio do caminho, passariam pela casa do tio Rashid, ficou animada. Foi lá que a sua mãe cresceu e a oportunidade de saber mais sobre o passado dela faria com que se sentisse mais próxima. Tanto que Nisha tem dificuldades para se expressar verbalmente, entretanto, gosta de prestar atenção em tudo o que está a sua volta.
Uma jornada emocionante
[pullquote align=”left” style=”style3″ width=”381″ size=”16″ line_height=”18″ bg_color=”#965bc6″ txt_color=”#965bc6″][blockquote custom_class=”” txt_color=”#ffffff” size=”25″ line_height=”32″]Às vezes penso sobre por que estamos vivos, quando tantos outros morreram por nenhum motivo fazendo a mesma caminhada, atravessando a mesma fronteira. Todo aquele sofrimento, toda aquela morte, por nada. Nunca entenderei, enquanto viver, como um país pode mudar tanto da noite para o dia a partir de uma única linha divisória. [/blockquote][/pullquote]
Nisha só escreve no diário à noite, quando todos estão dormindo. E por mais que seja cativante a sua forma de se expressar, pois esses registros fazem tudo ficar mais pessoal, é preocupante. Ela ainda está se conhecendo e buscando a própria identidade, contudo, teve que crescer antes da hora por conta das questões políticas. Aos pouquinhos, a jovem vai descobrindo a própria voz e mostrando a sua coragem, tal como resiliência e surpreende a todos.
Veera Hiranandani criou a história de Nisha se baseando na história da família de seu pai. Isso deu uma sensação maravilhosa de autenticidade. No final do livro tem nota da autora falando sobre esse fato histórico. Mais de 14 milhões de refugiados cruzaram a fronteira e pelo menos 1 milhão morreu nesse percurso. Adorei a maneira como a autora descreve o que está acontecendo ao redor de Nisha. Principalmente os cheiros e sabores da culinária local. Sem dúvidas se tornou um dos meus livros favoritos do ano.
Ana Caroline Santos
Olá, tudo bem? Já posso realmente perceber que esse livro é emocionante. Adorei pois ainda não tive visto resenha nenhuma sobre ele, e acabei me animando mais ainda para ler. Essas edições da Darkside sempre são lindas demais né?! Ótima resenha!
Beijos,
http://diariasleituras.blogspot.com
Mara
Já nas primeiras linhas da sua resenha, fiquei com muita vontade de ler o livro e no decorrer a vontade só aumentou.
Me emocionei lendo a história, aí fico imaginando como será ao ler o livro.
Amei a resenha, amei as fotos. Obrigada pela dica!
lilian farias
nÃO CONHECIA O LIVRO E FIQUEI PROFUNDAMENTE CURIOSA, NÃO SOMENTE PELA ESTÉTICA EXTRAORDINÁRIA DA CAPA E DIAGRAMAÇÃO, MAS A HISTÓRIA EM SUA RESENHA ME CATIVOU
Kenia Cândido
Oi Clayci.
Estou louca para lê -lo e sua resenha conseguiu despertar interesse para adquiri -lo o mais rápido possível. Adorei sua opinião espero amar essa história pois a edição já me conquistou.
Bjos
Clayci
Fico feliz que tenha se interessado!
Eu realmente me emocionei com essa história
Nilda de Souza
Nossa, Clayci, só com sua resenha eu já fiquei com o coração apertado. Sem acho emocionante narrativas de guerras na perspectiva da criança. Acho que nunca li nada com tema de diáspora na voz de criança. Vou colocar na minha lista de ler para ontem. Parece ser um livro necessário. Questões políticas e religiosas e culturais são sempre muito interessantes.
Clayci
Fico feliz que tenha te interessado <3
Acredito que vc vai se encantar com a Nisha
Alice Lacerda Montiel
Oiii Clayci
Em histórias assim, essa sensacao de autenticidade é fundamental. Entendo tão pouco esse conflito entre a India e o Paquistão (que persiste até hoje), é triste ver povos divididos e se atacando por conta de divergencias religiosas, sempre escutamos histórias tristes e quem mais sofre são justamente os mais novinhos, que entendem pouco e devem lidar com muito. Achei a edicao desse livro maravilhosa (aliás a Darkside sempre arrasa).
Beijos, Alice
http://www.derepentenoultimolivro.com
Clayci
Enquanto eu lia fiquei pensando em como esse fato foi “esquecido”. Não me lembro de ter ouvido nada a respeito no colégio e mesmo sendo uma ficção, esse fato histórico me interessou e tive que pesquisar mais depois.
Michelle Russo
Confesso que estou bem curiosa pela leitura, já vi outras resenhas e opiniões sobre a obra e adorei a abordagem do livro, fora que a edição está muito bonita como tudo que a editora publica!
Clayci
Os detalhes dessa edição estão lindos demais.
E vale a pena <3 Super recomendo.
Maria Paula de Barros
Olá!
Essas edições da Darkside são tudo que eu pedi a Deus. Lindas demais!
A história desse parece ser bem profunda e tocante, super anotei a dica!
Beijos,
Blog Diversamente
Clayci
Achei a história incrível <3
No Conforto dos Livros
Olá!! 🙂
Eu confesso que nao conhecia este livro ainda, mas a verdade e que eu nao fiquei particularmente intrigado com a leitura.
Apesar disso, acho otimo que tenhas apreciado a leitura, sentido a protagonista como tao inspiradora e a jornada emocionante!
Boas leituras!! 😉
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Dai Castro
Está tudo tão amorzinho nessa edição que não me canso nunquinha de olhar os detalhes ainda mais pelo seu olhar representado nas fotos (tao lindas e delicadas!)
Gostei muito dessa história, realmente emocionante e cativante!
Beijos!
Clayci
Acho que se tornou um dos livros mais bonitos da minha estante rs