Escolhas em Jogo, Tea time


Jogando Life Is Strange pela segunda vez e fazendo as mesmas escolhas

A primeira vez que eu ouvi falar sobre a Teoria do Caos foi na escola. Lembro que a minha antiga professora levou cartazes com algumas colagens para tentar explicar o significado. Afinal, caos, conseqüências e fenômenos não são palavras que atraem a atenção de uma turma da 5ª série, não é mesmo? Não sei se ela se lembra deste dia, porém queria ter a oportunidade de dizer que prestei atenção em tudo – mesmo sabendo que não iria cair na prova.

Sempre gostei de ler a respeito. Não a ponto de me aprofundar no assunto, mas é legal estar por dentro de uma das leis mais importante do Universo. Será que uma pequena mudança pode trazer consequências enormes no futuro? Joguei Life is Strange pela primeira vez em 2016 e foi impossível não me identificar com os gostos da personagem principal. Maxine Caulfield é uma estudante de fotografia e vive na cidade de Arcadia Bay.

Ela descobre possuir a habilidade de voltar no tempo em qualquer momento;  e isso faz com que cada escolha crie um efeito borboleta. Lendo seu diário (enquanto jogava) descobri vários gostos em comum (Doctor Who, Scott Pilgrim, animes, jogos, filmes…) Eu gostei do jogo logo de cara, tanto que foi impossível não associar a obra Metamorfose do Kafka já na abertura. Pois Max não conseguiu identificar os seus poderes e não fazia ideia da sua transformação.

Jogando Life Is Strange pela segunda vez e fazendo as mesmas escolhas

Foto: Life is Strange

A proposta do jogo (que foi desenvolvida pelo estúdio francês Dontnod Entertainment) é super interessante, pois as ações do jogador ajustam a narrativa conforme ela se desenvolve. Assumir o papel de Max e tomar decisões que podem afetar as pessoas que ela ama (e até mesmo odeia), faz com que a gente reflita sobre as nossas próprias escolhas. Mas por que estou falando desse jogo? Decidi dar uma nova chance pra história e o meu objetivo era tomar um rumo diferente do que decidi em 2016, no entanto, para a minha surpresa acabei seguindo o mesmo caminho.

Eu não anotei as minhas decisões na época, mas meio que senti um “Deja vu“, sabe? E o que era para ser apenas um jogo, se tornou uma reflexão a respeito. Será que se eu tivesse a chance de voltar no tempo, faria as mesmas escolhas? É claro que isso não dependeria apenas de mim, mas falo das decisões mais importantes (ao menos eu acho) como a escolha de namorado, o curso de formação, os encontros que desmarquei, as amizades escolhidas…enfim outras possibilidades?

É justamente com esse intuito que o jogo foi desenvolvido. De mostrar como pequenas ações podem afetar o cotidiano. Em Life is Strange é preciso ouvir e interagir com os personagens antes de tomar uma decisão. Por mais mais problemático que ele seja, precisamos conhecer a sua versão. E é isso que falta na vida real, não é amigos? Ajudar, sentir empatia, entender (não significa aceitar) as motivações do coleguinha do lado antes de sair por aí distribuindo ódio.

Jogando Life Is Strange pela segunda vez e fazendo as mesmas escolhas

Foto: Life is Strange

Life is Strange é um jogo cuja história é decidida pelo jogador. As consequências de todas as ações e decisões terão impacto no passado, presente e futuro. Por isso é importante você se sentir na pele da personagem e pensar com cuidado na hora de escolher a resposta de um diálogo, por exemplo, porque essa conversação terá consequência em algum momento da trama. Até porque, assim que descobrimos o uso desse poder, somos colocados em situações de decisões imediatas, ou seja, Max só consegue voltar alguns minutos antes e é preciso usar esses segundos com sabedoria.

Por isso, no jogo, é fácil se identificar com algum personagem. Na universidade em que Max estuda há aquelas figuras que conhecemos bem na nossa época de colégio. Pessoas que praticam e sofrem bullying, nerds, pessoas que se envolvem com coisas erradas e não são punidas. Temos personagens que sofrem depressão, cobrança, humilhação, abuso e tudo de ruim que a vida real pode proporcionar.

Você já sentiu vontade de voltar no tempo quando notou que tomou uma decisão errada? E se você descobrisse lá na frente que tomou a decisão certa? Infelizmente (ou seria felizmente?) não tenho a habilidade de Max e nem mesmo uma Tardis para poder voltar no tempo. Mas enquanto eu jogava me lembrei de uma frase do Alvo Dumbledor em Harry PotterSão as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades. Muitas das minhas decisões no passado foram me afetar somente na fase adulta. Contudo não sei dizer se teria maturidade suficiente para escolher um caminho diferente quando era mais nova.

Jogando Life Is Strange pela segunda vez e fazendo as mesmas escolhas

Foto: Life is Strange

 

O jogo foi lançado em 2016 e possui 5 episódios, Pelo que li a empresa que desenvolveu pretende criar uma nova versão em breve. Também há rumores de que a história poderá virar quadrinhos futuramente. E se você ainda não conseguiu jogar pelo PC ou console, agora é possível fazer isso no seu celular. O jogo foi liberado para a plataforma IOS e tudo indica que sairá para Android em breve.

Curta a playlist do jogo

Já jogou Life is Strange? O que achou do jogo?

Beijos

 

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comentários

  • Ana Caroline dos Santos

    Olá, tudo bem? Confesso que nunca ouvi falar do jogo, até porque não sou antenada neste tema, no entanto gosto do tipo de reflexão isso pode trazer. É pensar mesmo o que nossas escolhas podem refletir. Acho que seria algo bacana que todo mundo devia fazer. Eu não me arrependo muito de escolhas que fiz na minha vida, mas algumas ações/atitudes talvez mudaria sim! Ótima postagem <3
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com.br

    responder
  • Eli – Leitura Entre Amigas

    Oie!
    Sou muito de jogos, mas a proposta desse jogo é incrível, porque nos faz refletir e tomar decisões interessantes, e isso é bem legal. Se um dia eu me aventurar nesse mundo com certeza vou lembrar desse jogo. Obrigada pela dica! 🙂

    Beijos,
    Eli – Blog Leitura Entre Amigas
    http://www.leituraentreamigas.com.br/

    responder
  • Nara Dias

    Oi Clayci tudo bem? Não tenho o costume de jogar e nem conhecia o jogo, mas achei interessante a proposta do jogo e também suas considerações. Realmente é muito importante pensarmos que nossas simples decisões podem mudar radicalmente o rumo do nosso futuro. Beijos

    responder
    • Clayci

      Oi Nara. Tudo bem sim e vc?
      obrigada pelo comentário..
      Confesso que já joguei mais, mas esse jogo super recomendo viu? =D

      responder
  • Viviane Almeida

    Olá Clay, tudo bem?
    Eu não conhecia esse jogo, mas acredito que seja pelo fato de não gostar deles..rs!
    Sempre tive problema com jogos de computador, mesmo trabalhando com informática há vários anos.
    Gostei da sua dica, como sempre as fotos estão lindas!

    Beijos e abraços
    http://vickyalmeida.blogspot.com.br/

    responder
  • No Conforto Dos Livros

    Olá!! 🙂

    Eu confesso que não conhecia o jogo ainda, e que não costumo jogar muitos jogos… Mas ainda bem que trouxeste a tua opinião sobre essa segunda vez a jogar e da repetição de escolhas…

    Enfim, a partir do momento em que citaste essa frase do Dumbledore, ganhaste imensos pontos para mim!! ahahah E verdade, as escolhas definem quem somos….

    Boas leituras!! 😉
    no-conforto-dos-livros.webnode.com

    responder
    • Clayci

      hahahaha eu lembrei muito dessa frase dele.
      O jogo não tem nenhuma relação com a franquia, mas nunca uma cena fez tanto sentido haha

      Beijos e obrigada

      responder
  • Fernanda Santos Barroso

    Oii!
    Caramba, eu joguei esse jogo ano passado, se não me engano, e adorei. Tinha horas que eu me frustrava, por acontecer algo que não era o que eu esperava, bem como na vida real né? A vantagem é que ainda dava pra voltar e fazer de outra forma, mas nem sempre isso funcionava, pois as escolhas refletiam mas pra frente também. Enfim, acho que é um jogo muito reflexivo, como você falou e acho que esse foi um dos motivos pelo qual eu gostei tanto dele.

    Abraços

    responder
    • Clayci

      Exatamente, Fe!
      Está pensando em jogar de novo futuramente? rs

      Beijos

      responder
  • Alice

    Oiii Clayci

    Aii será que as minhas decisões também seriam as mesmas? Às vezes a gente se julga e deduz que mudou e até amadureceu tanto e de repente se surpreende em oportunidades assim, descobrindo que em muitas vezes seriamos e agiriamos da mesma maneira, acho isso bem legal e pensar que o jogo te fez chegar nesa reflexão é… uff, profundo.
    Por falar no jogo, eu nunca joguei, mas as fotos e a maneira como vc narra tudo é tão genial que me deixou super curiosa pra experimentar.

    Beijos

    http://www.derepentenoultimolivro.com

    responder
    • Clayci

      E não é? Jurava que escolheria tudo diferente, mas me surpreendi rs
      Quem sabe futuramente?

      Super recomendo! Espero que curta o jogo e a história

      Beijos

      responder
  • Viviane Dutra

    Oi Clayci, confesso que fui pesquisar que jogo era esse, até gostei da ideia central dele, tenho certeza que se eu jogasse, iria amar. Viagem no tempo, com efeito borboleta, nos livros, me atraem muito, provavelmente no jogo também.
    Gostei de tua dica.
    Bjos
    Vivi
    http://duaslivreiras.blogspot.com.br/

    responder
    • Clayci

      Ahhhh se você curte esses elementos de ficção científica, tenho certeza que irá gostar do jogo <3

      Beijos

      responder
  • Vi Furrati

    Não conhecia o jogo, parece bem interessante.

    responder
  • Emy

    Oi Clay! Não conhecia esse jogo, achei a proposta dele bem interessante!
    E sobre essa vontade que temos às vezes de voltar no tempo, eu sentia bastante antes. Mas, hoje eu tenho mais consciência de que, até mesmo as escolhas erradas tiveram sua importância na formação de quem eu sou hoje, afinal, é bem como dizem né? É errando que se aprende!

    Beijos <3

    responder
    • Clayci

      Concordo Emy.
      Apesar da tentação ser grande, acredito que se tivesse oportunidade não mudaria nada. Pois sei que essas decisões foram importantes <3

      Beijos

      responder
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